Em reunião na segunda-feira, representantes das torcidas organizadas dos principais clubes de São Paulo debateram com a Polícia Militar e com o Ministério Público a volta do uso de bandeiras com mastros nos estádios. O encontro foi confirmado pela Ouvidoria da Polícia Militar e pelo MP.

Ao todo, 14 organizadas apresentaram suas principais reivindicações e prometeram contribuir para que não haja violência. Para isso, ficou determinado que, caso voltem, as bandeiras e os mastros devem ser controlados com números de registros e fiquem guardados nos estádios.

“Essa medida foi vista como saudável e possível, mas para implantar é preciso que se elabore um protocolo a respeito. Todos saíram com a certeza de que é preciso dialogar. Para o Ouvidor das Polícias, Elizeu Soares Lopes, promotor do encontro, foi uma excelente reunião e está aberta a porta e o caminho para que se Dê uma chance à Paz”, disse a Ouvidoria em nota.

Já o Ministério Público de São Paulo destacou a necessidade do cumprimento dos protocolos sanitários e da paz entre as torcidas, além de apontar que o retorno das bandeiras e mastros será julgado pela Polícia Militar, pela Federação Paulista de Futebol e pelo promotor de justiça Roberto Bacal.

“Ao lado da PM, da Polícia Civil, da OAB e da Ouvidoria da Polícia, o MPSP participou de reunião para ouvir as demandas das torcidas organizadas. O MPSP defendeu a observância rígida dos protocolos sanitários e a paz entre as torcidas. As torcidas organizadas conhecem as regras, que devem ser cumpridas. A volta das bandeiras será objeto de análise por parte da PM, da FPF e do promotor de justiça Roberto Bacal”, disse o órgão em comunicado oficial.

Principal organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel registrou a reunião nas redes sociais e compartilhou a nota da Ouvidoria da Polícia Militar.

O encontro foi realizado no auditório do COPOM (Comando de Policiamento Metropolitano) e contou com as presenças do Coronel Fernando Alencar (Comandante Geral da PM), Dr. Claúdio Latorraca (da Comissão de Direitos Humanos da OAB), Dra. Cristiana Megid (da Vigilância Sanitária do Estado), Dr. Raul Godoi (Delegado do Drade, responsável por crimes ligados às torcidas) e Dr. Artur Lemos (Promotor de Justiça).

As bandeiras com mastros estão proibidas por lei nos estádios de São Paulo desde 1996. Conforme cita o Artigo 5 da Lei Nº 9.470, de 27 de dezembro de 1996, “ficam proibidas a venda, a distribuição ou utilização de hastes ou suportes de bandeiras” em estádios de futebol e ginásios.

A Gazeta Esportiva entrou em contato com a FPF para saber a opinião da entidade sobre a possível volta das bandeiras com mastros, mas não obteve resposta até o momento da publicação da reportagem.