Com status de promessa, Estevão “Messinho” Willian recentemente deixou o Cruzeiro para assinar contrato de formação com o Palmeiras, o que levou o time mineiro a sugerir aliciamento. Neste domingo, por meio de nota oficial, o Movimento de Clubes Formadores do Futebol Brasileiro (MCFFB) manifestou apoio ao clube alviverde.

No sábado, o Cruzeiro classificou a saída de Messinho como uma “ingrata surpresa” e acusou seu estafe de faltar com respeito e profissionalismo. O clube mineiro lembrou que o menino chegou com 11 anos de idade e garantiu que tinha interesse em firmar o contrato de formação assim que ele completasse 14.

“O clube também foi surpreendido ao constatar que, horas depois do desligamento (não comunicado ao Cruzeiro), o nome do jovem atleta apareceu no BID, da CBF, como jogador do Palmeiras, o que poderia, em tese, caracterizar aliciamento, corroborado por notícias posteriores apontando um alto e incomum investimento para um atleta em formação”, diz nota publicada pelo time mineiro.

Composto por gestores indicados pelos respectivos clubes, o MCFFB se propõe a fomentar o futebol de base no País e a intermediar situações para evitar prejuízo aos clubes formadores. João Paulo Sampaio, gerente das categorias inferiores do Palmeiras, presidiu o grupo por três anos e, atualmente, integra a diretoria.

“Após o caso analisado, houve entendimento por parte do MCFFB que não houve aliciamento, já que o atleta foi oferecido por seu empresário ao clube e o mesmo estava livre e que, infelizmente, o Cruzeiro cometeu alguns erros no processo”, diz a nota oficial publicada pela entidade.

O MCFFB relata que o Cruzeiro perdeu em julho seu Certificado de Formação e lembra que o clube poderia ter registrado Messinho no BID a partir dos 12 anos de idade. Assim, de acordo com a entidade, o Palmeiras ficaria impossibilidade de acertar com o garoto.

Confira a nota publicada pelo MCFFB na íntegra:

O MCFFB, através de sua Diretoria, vem à público esclarecer alguns fatos importantes no caso amplamente divulgado na imprensa sobre a ida do atleta Estevam William, de 14 anos, para o Palmeiras.

Entendeu a Diretoria que essa Nota Oficial se fez necessária a partir da acusação por parte de alguns profissionais do Cruzeiro EC ao Diretor da Base do Palmeiras, João Paulo, de aliciamento ao jogador, também amplamente divulgada na imprensa.

Após o caso analisado, houve entendimento por parte do MCFFB que não houve aliciamento, já que o atleta foi oferecido por seu empresário ao clube e o mesmo estava livre e que, infelizmente, o Cruzeiro cometeu alguns erros no processo.

1- O atleta poderia estar registrado no BID da CBF desde os 12 anos. Desta forma, o Palmeiras ficaria impossibilitado de registrar o atleta e seu contrato de formação, como fez;

2- O Cruzeiro está sem seu Certificado de Formação válido desde julho de 2020.

Além disso, a Diretoria do MCFFB foi acionada por partes de outros clubes, cobrando uma posição oficial, colocando em dúvida a atuação deste Movimento.

Aproveitamos para esclarecer que o MCFFB procura analisar casos em que a Lei não protege ao clube, intermediando situações para que não haja qualquer prejuízo a qualquer clube formador no Brasil. Colocamos abaixo trechos de nosso Regimento Interno para perfeito entendimento:

“Art. 2º. O Movimento dos Clubes Formadores do Futebol Brasileiro – MCFFB – é um Movimento, o qual congrega gestores, indicados por seus respectivos clubes, com duração ilimitada, atuantes direta ou indiretamente na promoção, proteção, defesa e garantia dos direitos dos clubes formadores e sobre seus interesses.

§ 1º Fica definido, por meio deste regimento, a missão do MCFFB como sendo: fomentar o futebol de base no Brasil, promovendo a articulação e integração entre os Gestores representantes dos Clubes, sugerindo ações corretivas e inovadoras na busca por soluções para melhores práticas do processo de formação de base do nosso futebol. Manter diálogo com a CBF e Federações contribuindo com sugestões na busca por avanços no desenvolvimento do futebol brasileiro.

§ 2º São valores fundamentais do MCFFB o comprometimento, a legalidade, a transparência, a unidade, o respeito e a inovação.

Art. 3º. O MCFFB auxiliará no diálogo entre os clubes na resolução dos casos que envolvam atletas menores de 14 anos ou no primeiro ano de Contrato de Formação, contanto que estes atendam às exigências descritas no Art. 4º, enquanto a Legislação não abrange essa faixa etária. .

Capítulo III – Dos participantes do MCFFB e suas atribuições

Art. 4º. Para efeito do disposto neste Regimento são consideradas elegíveis, para integrar como membros do MCFFB, todos os clubes de futebol brasileiro que possuam o Certificado de Clube Formado (CCF), emitido pela CBF (exceto clubes com até 1 (um) ano de fundação);

§ 1º Para que se mantenha como participante do movimento, é imprescindível que se tenha prática reconhecidamente condizente com os valores do MCFFB.

§ 2º Caso o clube perca a Certificação de Clube Formador (CCF) permanecerá no MCFFB caso tenha protocolado o pedido de renovação até 6 meses após o vencimento do mesmo, e o CCF seja emitido posteriormente.

§ 3º Em casos conforme descritos nos Art. 3º deste regimento, o MCFFB auxiliará no diálogo dos clubes, mediante apresentação do seguinte:

a) Para o caso de atletas A PARTIR DE 12 anos completos, REGISTRO no BID;

b) Para o caso de atletas ABAIXO DE 12 anos, comprovar o vínculo do atleta tendo os seguintes documentos: súmulas, fotos e carteirinha do clube outros de interesse da parte;

c) Comprovar tempo que o atleta está no clube (deverá estar no clube por, no mínimo, 90 (noventa) dias)

d) Caso tenha Contrato de Bolsa Aprendizagem com o atleta, comprovar o pagamento do mesmo com, não mais que 03 (três) meses de atraso.”

Esperamos, desta forma, ter esclarecido uma parte do imbróglio noticiado na imprensa esportiva.

Atenciosamente,

DIRETORIA DO MCFFB