Lançado por Felipão e recordista no Palmeiras, Juliano dá conselhos para Verón
Em seu segundo jogo como profissional, Gabriel Verón já atingiu uma marca histórica no Palmeiras. Com os gols anotados na goleada por 5 a 1 sobre o Goiás, o atacante de 17 anos tornou-se o segundo jogador mais jovem a marcar pelo Verdão. Em entrevista à Gazeta Esportiva, Juliano, o único jogador a superar essa marca, deu conselhos à nova joia e traçou semelhanças com a sua trajetória no clube.
Em agosto de 1998, pela Copa Mercosul, Juliano marcou o quinto na goleada de 5 a 0 sobre o Nacional do Uruguai, em pleno Estádio Centenário, em Montevidéu. Aos 16 anos, 11 meses e 23 dias, ele tornava-se o atleta mais jovem a balançar as redes pelo Verdão.
“É muito gratificante fazer parte da história de um clube como o Palmeiras. Mesmo que seja um pedacinho pequeno da história, mas até agora sou o detentor dessa marca. Para mim é uma marca na carreira muito importante”, diz o ex-Palmeiras.
Já aposentado, aos 38 anos, Juliano saiu do Palmeiras em 2002, passou por Santa Cruz, Náutico, Flamengo, Juventude, Lecce (Itália), Pisa (Itália), Marítimo (Portugal), Joinville, Novara (Itália), América-SP, Audax-SP e encerrou sua carreira no Minnesota United, dos Estados Unidos.
Ainda bem jovem, o ex-atacante esteve presente nas conquistas da Copa Mercosul, em 1998, e da Libertadores, em 1999. Juliano relembrou os tempos em um elenco tão recheado para falar da semelhança com Gabriel Verón.
“Não são histórias idênticas, mas são bem parecidas. O elenco do Palmeiras é muito forte e na minha época também era. Eu via os caras pela televisão e era um elenco com Marcão, Paulo Nunes, Oséas, César Sampaio. Eu era uma ‘minhoquinha’ no meio daquelas cobras. E poder ter uma participação efetiva, conviver em um vestiário assim é algo muito enriquecedor para a carreira de qualquer jogador”, ressaltou.
Depois de ser descoberto na várzea de São José do Rio Preto, Juliano foi levado às categorias de base do Palmeiras. O desempenho do garoto chamou atenção de Felipão, então comandante do Verdão, que o pediu no time principal em pouco tempo.
Com a experiência de quem subiu de maneira rápida para os profissionais, o ex-jogador aconselha o menino Gabriel Verón.
“Ouça os mais velhos. Não se deslumbrar por tudo o que está acontecendo com ele. Espero que absorva muita coisa dos mais experientes e tenha os ouvidos bastante abertos para receber os bons conselhos e as boas orientações. Seria isso que eu falaria para ele”
Juliano conta que um dos “mais velhos” que ele ouvia em sua época de Palmeiras era o meia Alex, principal referência técnica daquele elenco. No plantel atual, enxerga que Dudu pode ser uma das referências para Verón.
Mesmo fora dos gramados, o ex-jogador continua acompanhando o Palmeiras e as suas categorias de base. Avaliando o bom ano dos garotos da Academia, ele pede para que as joias sejam mais aproveitados pelo elenco profissional do clube.
“O Palmeiras sempre teve uma base forte. Agora chegou em quase todas as finais estaduais. É um sinal de que o trabalho vem sendo bem feito. Mas acho que os jovens deveriam ter uma vivência maior com o elenco profissional, para vislumbrar essa possibilidade de estar lá um dia. Está aí o Verón de exemplo, mas não tem só ele. Vi as duas finais do sub-20 e você vê muita qualidade nos meninos. Acredito que eles tenham que dar essa possibilidade para os garotos”, pediu.
Hoje fora dos gramados, Juliano quer seguir dentro do futebol como treinador. O ex-atacante está em processo para tirar o certificado da Licença B da CBF, e deseja seguir com trabalhos em categorias de base.
*Especial para a Gazeta Esportiva