No último domingo, o Olympique de Marselha venceu o Paris Saint-Germain por 1 a 0, no Parque dos Príncipes, em partida válida pela 3ª rodada do Campeonato Francês. O resultado, no entanto, acabou ficando em segundo plano, já que Neymar acusou o zagueiro Álvaro González de o chamar de macaco durante o duelo. Uma semana após o clássico, especialistas em leitura labial confirmaram que o craque brasileiro sofreu o insulto racista.
Os profissionais Luis Felipe Ramos, que faz parte da Associação de Surdos do Rio de Janeiro, Felipe Oliver e Mikel Vidal, tradutores de libras que trabalham para o Instituto Nacional de Educação de Surdos, foram reunidos pelo programa Esporte Espetacular para analisar as imagens da discussão entre Neymar e González e não tiveram dúvidas quanto ao comentário do jogador do Olympique de Marselha.
“Ele fala a palavra ‘mono’ (macaco) em espanhol, no momento em que ele, inclusive, fala e vira a boca. Ali fica claro. A gente não conseguiu, por exemplo, perceber o que ele fala antes de falar a palavra ‘mono’. Mas a palavra ‘mono’ foi um trecho que a gente teve consenso na hora em que estava fazendo o trabalho de leitura labial”, disse Felipe Oliver.
O episódio aconteceu ainda no primeiro tempo do clássico francês. Depois de um desentendimento entre Di María, González e Neymar, o camisa 10 do PSG acusou o adversário de racismo e reclamou com a arbitragem. Os bate-bocas continuaram até o fim da partida, quando o atacante brasileiro foi expulso por agredir o zagueiro espanhol.
Durante a semana, emissoras internacionais fizeram outras leituras labiais e identificaram uma ofensa homofóbica de Neymar durante a confusão. Felipe Oliver também constatou o insulto.
“Num segundo momento, fica claro também uma ofensa homofóbica”, concluiu o especialista.
A Liga Profissional de Futebol da França (LFP) determinou a suspensão de Neymar por dois jogos por conta da expulsão. Já Álvaro González será investigado pela comissão disciplinar pelo ato racista e poderá pegar até 10 jogos de suspensão.