Após o empate entre Flamengo e Unión La Calera em 2 a 2, na terça-feira, pela Libertadores, o capitão Diego reclamou do campo sintético do Estádio Nicolás Chahuán Nazar. O protesto, no entanto, pode não ter sido decorrente da mudança de um gramado natural para um artificial, mas sim da secura da cancha chilena.

De acordo com Alessandro Oliveira, CEO da Soccer Grass, empresa especializada em gramados sintéticos, o campo do Nicolás Chahuán Nazar não foi molhado antes do duelo, ação que é recomendada pela Fifa para uma melhor qualidade das partidas.

“Acompanhei depois do jogo esses comentários e fui entender um pouco sobre o cenário. Pelo que eu vi, faltou molhar o gramado antes, que é uma recomendação que a própria Fifa faz. Tanto no (gramado) natural quanto no sintético, sempre molhar um pouco antes. Acho que faltou. Por conta disso, talvez o elenco do Flamengo tenha estranhado um pouco”, afirmou em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.

Segundo Alessandro Oliveira, um gramado seco, seja ele sintético ou natural, diminui a velocidade da bola. Para exemplificar como um palco artificial em condições ideais não atrapalha atletas que costumam jogar em campos naturais, o especialista falou sobre o gramado do Allianz Parque, cuidado pela Soccer Grass.

“O jogo acaba ficando um pouco mais amarrado, mais lento. A bola não atinge uma velocidade maior. Talvez até pela estratégia do time que jogou lá (Unión La Calera) eles preferiram fazer assim. Hoje, o sistema que a Soccer Grass faz no Allianz Parque segue à risca todos os critérios do protocolo da Fifa. Até hoje nós tivemos Campeonato Paulista, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Libertadores com diversos clubes”, explicou.

O CEO da Soccer Grass também revelou elogios de adversários do Palmeiras ao campo sintético do Allianz Parque.

“Na estreia do gramado sintético, no Campeonato Paulista do ano passado, o Mirassol saiu ganhando, mas o Palmeiras fez 3 a 1. Eu tive contato com a comissão técnica e os jogadores (do Mirassol) e eles adoraram a grama. Isso para nós é muito bacana, porque geralmente o time que perde tenta arrumar alguma coisa para reclamar. Tive também um amigo em comum que conversou com o Renato Gaúcho, e ele elogiou bastante o gramado do Allianz Parque. Tudo isso é muito importante, para ter melhores eventos. E a performance do Palmeiras foi muito bacana. Tem que seguir os critérios, se não as equipes podem vir a reclamar”, destacou.

Alessandro Oliveira é CEO da Soccer Grass, empresa responsável pela manutenção do gramado sintético do Allianz Parque

Por fim, Alessandro Oliveira lembrou que molhar o gramado antes das partidas não é uma obrigação, mas sim uma recomendação da Fifa.

“É uma recomendação, não é algo obrigatório, uma exigência. Nosso pessoal que dá todo o suporte no Allianz Parque sempre molha o campo antes, depois no intervalo molha mais um pouco. Acho que faltou isso para ter uma condição melhor de jogo, essa foi a diferença que eles (Flamengo) sentiram. Quando eles jogam no natural, eles jogam nesse ambiente, sempre está molhado, vai estar um pouco mais rápido. Acredito que foi isso que eles sentiram falta”, concluiu.