A proposta de criação de uma SAF, Sociedade Anônima do Futebol, no Vasco da Gama está agitando o meio político do clube. A diretoria comandada pelo presidente Jorge Salgado entende que essa seria a melhor maneira de resgatar a saúde financeira do Cruzmaltino.

Mergulhado em dívidas e sem capacidade de investir, o Vasco amargará pela primeira vez em sua história dois anos seguidos na segunda divisão.

Em participação em live do canal Atenção Vascaínos, o vice-presidente geral Roberto Duque Estrada tentou explicar a proposta que está tramitando no Conselho Deliberativo.

“A era do amadorismo acabou e a gente tem que botar isso na cabeça. Se o Brasil quer ter um futebol de elite, competitivo, com uma presença mundial, como tivemos no passado, temos que vislumbrá-lo como um negócio e não com amadorismo”, afirmou Duque Estrada.

Segundo o advogado tributarista, a opção do Vasco é pelo modelo conhecido como “Drop Down”, no qual o clube fará uma subscrição de aumento de capital em bens. O clube não vai colocar dinheiro para formar a empresa, mas ela vai receber ativos relacionados com o futebol.

“Na nossa proposta, esses ativos não incluem bens do ativo imobiliário do Vasco, como o estádio de São Januário, isso continua com o clube. O que vai pra SAF são direitos relativos à exploração da atividade do futebol, como atletas, contratos, etc”, disse o dirigente.

“Em resumo, pretende-se fazer uma empresa que vai ser 100% do Vasco e que vai desenvolver a atividade do futebol. Vamos isolar a atividade do futebol nessa empresa e, para isso, a gente vai transferir para essa empresa os ativos relativos ao futebol”, completou.

Ao ficar isolada do clube, esta SAF aumentaria sua capacidade de captação de recursos, inclusive com a emissão de debêntures para os torcedores. Foi desta forma que o Vasco conseguiu construir o seu estádio no início do século passado.

O caminho para a aprovação da SAF do Vasco ainda é longo, mas vem encontrando boa aceitação junto aos torcedores. A oposição, entretanto, não gostou da ideia.