Cinco meses após ser demitido do Flamengo, o técnico Domènec Torrent falou sobre sua experiência no Rubro-Negro nesta quarta-feira. O treinador elogiou o clube e a torcida do time, mas fez críticas a uma parte dos dirigentes, afirmando que “alguns queriam Dome como treinador, outros Jurgen Klopp”.

“O Flamengo é o maior e mais importante clube da América do Sul, com 40 milhões de seguidores. Se você perder um jogo, tudo será um desastre. Os dirigentes ​​tinham ideias diferentes. Alguns queriam Dome como treinador, outros Jurgen Klopp ou outra pessoa”, disse em entrevista ao site alemão Spox.

“É assim que funciona no Brasil. Minha equipe técnica e eu não sabíamos disso quando chegamos lá. Mas depois de algumas semanas, já estava claro para nós: se perdermos um ou dois jogos, vamos embora”, acrescentou.

Torrent ainda relembrou a campanha que obteve com o Flamengo e lamentou a falta de tempo que os técnicos têm para trabalhar no futebol brasileiro, o que, segundo ele, “tem pouco a ver com motivos esportivos”.

“As coisas são diferentes no Brasil e na Europa. Você não tem paciência com treinadores lá. Se você olhar as estatísticas, verá que os clubes no Brasil trocam de técnico a cada três ou quatro meses. Infelizmente, isso é normal lá. E geralmente tem pouco a ver com motivos esportivos”, declarou.

“Na época da minha demissão, estávamos apenas um ponto atrás dos líderes do campeonato, estávamos nas quartas de final da copa nacional e lideramos o nosso grupo na Copa Libertadores. E tudo isso em uma fase em que vários jogadores não estavam disponíveis para nós devido ao coronavírus. Uma vez tivemos 19 casos positivos. 19! Na Europa, o jogo teria sido cancelado. Tínhamos que jogar de qualquer maneira, apenas três dos nossos onze jogadores eram profissionais”, finalizou Dome.