Na visão de Daniel Gonçalves, coordenador científico do Palmeiras, o clube precisaria de, pelo menos, 30 dias para colocar o elenco em condições de retomar os campeonatos. Sem o tempo ideal de preparação, o profissional já conta com um aumento no número de lesões.

“Há necessidades não só físicas, mas também de adaptação à bola, do gestual motor, além de ajuste da equipe. Os times bem organizados se deslocam menos em campo e terão menos fadiga na maratona de jogos que está por vir. Então, quatro semanas seria o tempo mínimo recomendável”, disse Gonçalves à Gazeta Esportiva.

O Palmeiras teve aval do governo estadual para retomar as atividades com bola na Academia de Futebol apenas em 1º de julho, e a volta do Campeonato Paulista está prevista para o próximo dia 22. O início do Brasileiro, por sua vez, foi marcado pela CBF para 9 de agosto.

“Jogos sucessivos, mesmo com intervalo de 72 horas, já promovem uma fadiga no atleta, a ponto de impedir a recuperação para a próxima partida. Com o calendário espremido, o tempo será ainda mais insuficiente. Inevitavelmente, ocorrerão lesões. Pela recuperação incompleta ou pela inatividade por período prolongado”, previu Gonçalves.

Enquanto São Paulo liberou os treinamentos apenas em 1º de julho, clubes de estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul puderam retomar os trabalhos antes. Com o início do Brasileiro previsto para 9 agosto, os times que voltaram às atividades há mais tempo terão vantagem, acredita Daniel Gonçalves.

“Isso é uma situação que nos deixa um pouco decepcionados, em virtude de não termos uma unidade no âmbito do futebol”, lamentou. “Obviamente, essas equipes entrarão em vantagem na competição. O país tem dimensões continentais, mas o futebol é um produto único”, completou o palmeirense.