O duelo entre São Paulo e Corinthians, disputado na noite deste sábado, foi interrompido logo no começo. Diante de gritos homofóbicos direcionados por torcedores são-paulinos ao goleiro Cássio no Morumbi, o árbitro Douglas Marques das Flores paralisou o jogo válido pela sexta rodada do Campeonato Paulista.

O goleiro do Corinthians passou a ouvir gritos de “bicha” antes das reposições de bola. O juiz, então, interrompeu o duelo e chamou os capitães Cássio e Hernanes para uma conversa. Em seguida, Marques das Flores foi até a beirada do campo e falou também com a delegada da partida.

Os gritos de “bicha” para Cássio diminuíram, mas continuaram, o que levou o sistema de som do Morumbi a publicar uma mensagem sobre o assunto. Gradualmente, com o passar do primeiro tempo, as ofensas de cunho homofóbico ao goleiro cessaram. Na etapa complementar, o telão do estádio exibiu repetidamente mensagem contra a homofobia.

Recentemente, a Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) denunciou o Flamengo por gritos homofóbicos de torcedores no clássico contra o Fluminense, pela semifinal da Taça Guanabara. A entidade baseou a atitude no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

“Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”, diz o artigo, que, eventualmente, pode ser utilizado pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) após o ocorrido no Majestoso.

O parágrafo segundo indica que “a pena de multa prevista neste artigo (de R$ 100 a R$ 100 mil) poderá ser aplicada à entidade de prática desportiva cuja torcida praticar os atos discriminatórios nele tipificados, e os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de setecentos e vinte dias”.