Acusados de injúria racial no clássico mineiro se defendem: “Tenho amigos negros”
Nesta terça-feira, os dois acusados de cometer injúria racial contra o segurança Fábio Coutinho, durante o clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, no Mineirão, foram ouvidos no Departamento de Operações Especiais (Deoesp), em Belo Horizonte. Os irmãos Adrierre Siqueira da Silva, de 37 anos, e Natan Siqueira Silva, de 28, chegaram à delegacia por volta de 12h, junto da da advogada Aline Lopes Martins, e tentaram se defender.
Fábio Coutinho, junto a outros seguranças, estava impedindo a passagem de torcedores atleticanos por um corredor do Mineirão durante a partida, que tinha mando do Cruzeiro. Então, alguns dos presentes se exaltaram e Adrierre cuspiu no funcionário antes de dizer “olha a sua cor”. O irmão, Natan, teria chamado Coutinho de “macaco”, mas negou o fato.
“De forma alguma, tanto é que eu tenho irmão negro, tenho pessoas que cortam o meu cabelo há dez anos que são negras, amigos que são negros. Isso não foi da minha índole, pelo contrário. De forma alguma eu falei aquilo. A palavra direcionada foi ‘palhaço’ e não ‘macaco’”, declarou.
Já Adrierre pediu desculpas ao segurança e afirmou estar arrependido. “Eu não sou racista. Estou arrependido por aquilo que eu falei. Falei num momento de ânimos exaltados na hora do jogo. Quero pedir perdão a ele, por todos os insultos que eu fiz, pelo cuspe que eu proferi. Aquilo não é da minha índole. Sou um pai de família, crio minhas filhas para respeitar todos os seres humanos. Se tiver uma oportunidade, pessoalmente, quero pedir perdão a ele pelo meu ato, naquele momento”, disse.
Além do caso do racismo, o clássico ainda teve episódios de violência entre as torcidas. A torcida do Galo teria invadido o setor dos camarotes destinados aos cruzeirenses e iniciado uma confusão, interrompida com intervenção da Polícia Militar.
Atlético-MG exclui acusados do programa de sócio-torcedor
Por meio de suas redes sociais, o Atlético-MG comunicou a decisão de desligar os irmãos Adrierre Siqueira da Silva e Natan Siqueira Silva do programa de sócio-torcedor. Segundo a nota, os dois já eram inadimplentes, mas o clube optou por excluí-los de qualquer forma.
O Atlético informa que os dois torcedores identificados pela Polícia Civil, acusados de praticar injúria racial no clássico do último domingo, pertenciam ao programa @GaloNaVeia, embora inadimplentes. De qualquer forma, ambos foram desligados do programa de sócio-torcedor. pic.twitter.com/gl6NpsbOVr
— Atlético (@Atletico) November 12, 2019