Wada envia caso da Rússia ao Tribunal Arbitral do Esporte
A Agência Mundial Antidoping (Wada) confirmou nesta quinta-feira que enviou o caso da Rússia para a eventual exclusão desse país de competições esportivas internacionais ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).
O TAS, o maior tribunal esportivo do mundo, deve decidir se confirma a proibição de quatro anos que a Wada impôs à Rússia no mês passado ou se considera uma sanção inédita.
O anúncio ocorreu um mês depois que a Wada decidiu impor uma proibição de quatro anos à Rússia pelo que considera um esquema de doping patrocinado pelo Estado, proibindo a Rússia de participar de eventos como os Jogos Olímpicos de Tóquio este ano, os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022 e a Copa do Mundo de Futebol do Catar-2022.
A Wada afirma que a Rússia “manipulou” dados de um laboratório antidoping em Moscou, no último capítulo de um escândalo que começou com a revelação de 2015 do doping institucional de longo prazo envolvendo altos funcionários russos, agentes secretos e tráfego de amostras de urina,
De acordo com as sanções, os russos teriam permissão para competir nas Olimpíadas de Tóquio apenas se pudessem provar que não faziam parte da rede antidoping, a mesma situação que enfrentaram nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang em 2018, onde a seleção masculina da Rússia conseguiu a medalha de ouro no hóquei sobre o gelo.
A Agência Russa Antidoping (Rusada) apresentou uma impugnação contra as sanções do comitê executivo da Wada em 27 de dezembro, preparando o terreno para a Wada enviar o caso ao TAS.
A Wada disse que seu comparecimento ao TAS incluía o registro da Rusada como ré e uma breve declaração dos fatos do caso.
Quando um painel de arbitragem for nomeado em relação ao assunto e os prazos forem estabelecidos, a Wada enviará um relatório completo ao TAS.
Os atletas russos pressionaram os dirigentes do atletismo de seu país sobre a condução do caso de escândalo de doping.
Mariya Lasitskene, tricampeã mundial de salto em altura, foi uma das figuras do atletismo russo que instaram seus compatriotas a desafiar as autoridades esportivas, alertando que ela deixaria a Rússia e treinaria em outro lugar para não perder as Olimpíadas de Tóquio deste ano depois de ter perdido os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016 devido ao escândalo.
Dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI) discutiram a situação da Rússia durante uma reunião na quarta-feira em Lausanne.
“Obviamente, estamos aguardando uma decisão do TAS antes de começarmos a analisar os detalhes”, disse à AFP o porta-voz do COI, Mark Adams.