A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) anunciou nesta quinta-feira que 20 participantes da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio descumpriram os padrões sobre os controles antidoping fora da competição. Por conta disso, eles não poderão participar do evento.
Dos vinte atletas, dez são nigerianos. Todos fazem parte de países classificados pela AIU em sua “categoria A”, considerados “de alto risco”. Por esta razão, seus representantes devem se submeter a três testes nos dez meses que antecedem uma grande competição.
A notícia representa um duro golpe para a equipe nigeriana de atletismo, com 23 classificados inicialmente.
Segundo uma fonte próxima do tema, a velocista nigeriana Blessing Okagbaré, uma das aspirantes ao título dos 100 metros, não consta nesta lista de vetados.
A delegação nigeriana durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Em um comunicado, a Federação Nigeriana de Atletismo (AFN) reconheceu que houve “falhas” e afirmou que assume a “responsabilidade por todo descumprimento” que tiver levado a esta desclassificação. A entidade ainda acrescentou que todos os seus atletas, especialmente os residentes nos Estados Unidos, receberam os testes necessários.
“No entanto, alguns atletas do sistema colegiado americano foram submetidos a testes, mas estes foram considerados não conformes com as normas de coletas de amostras e análises da AMA”, segundo a AFN.
Blessing Okagbare foi mais crítica. “O sistema esportivo da Nigéria é totalmente defeituoso e nós, os atletas, somos sempre as vítimas colaterais”, lamentou nas redes sociais.
I have said it before and I will say it again. If you do not know the sport, not passionate about it/Us (the athletes), then you have no business there as an administrator. The sport system in Nigeria is so flaw and we athletes, are always at the receiving end of the damages..
— Blessing Okagbare MFR (@mountain214) July 29, 2021
Os outros países afetados pela decisão da AIU são Quênia (2), Belarus (3), Etiópia (1), Marrocos (1) e Ucrânia (3).
Os dois atletas quenianos excluídos puderam ser substituídos antes da oficialização dos participantes nos Jogos Olímpicos, o que permitiu incluir o campeão do mundo dos 1.500 metros Timothy Cheruiyot, que tinha sido o quarto colocado na pré-seleção em seu país.
Embora as nações de alto risco tenham tido “melhoras significativas” na luta contra o doping, “ainda resta muito caminho a percorrer”, afirmou David Howman, dirigente da AIU, citado no comunicado.