A derrota do Corinthians para o Juventude nessa quinta-feira acabou culminando com o rebaixamento do Grêmio.

Durante a entrevista coletiva de Sylvinho, após o último compromisso pelo Campeonato Brasileiro, o técnico foi questionado sobre uma eventual postura em campo com o intuito de prejudicar o tricolor gaúcho. Incomodado, o comandando alvinegro rebateu.

“Tu está sendo leviano na tua pergunta. Nós somos profissionais, profissionais de alto nível, de reputação ilibada”.

Sylvinho também não escondeu sua irritação ao ter de esclarecer que nunca pensou em pedir demissão. A possibilidade ganhou força nas redes sociais na última terça-feira.

“É triste o que a gente está vivendo. Notícias falsas do qual a gente tem de perder tempo, e eu perdi durante 24 horas, tendo de falar com assessoria, tendo de falar com pessoas que me ligavam, mas pessoas sérias, pessoas sérias que ligam e falam ‘há fundamento nisso?’. E, obviamente, não há fundamento. Nunca houve. Nunca passou pela minha cabeça pedir demissão (…) É surreal. É ridículo, é ridículo o momento que a gente está vivendo. Vamos falar de coisas, senhores, substanciais, de que valem a pena. É ridículo”.

Sylvinho também minimizou o fato do Corinthians não ter conseguido nenhuma vitória fora de casa no segundo turno do Campeonato Brasileiro, e fez uma avaliação final do próprio trabalho.

“O importante é o total. E o total nos permitiu uma vaga direta à Libertadores, sobretudo um quinto lugar, do qual, desde 2017, quando foi campeão, não se repete estar entre as quatro ou cinco vagas. E nós conseguimos, todos juntos, trabalhando, colocar o Corinthians, na última rodada do Brasileiro, colocar o Corinthians em quinto e com vaga direta à Libertadores. Isso aí é um ótimo trabalho, um grande trabalho”.

Leia, abaixo, outros trechos da entrevista coletiva de Sylvinho:

Jogar para rebaixar o Grêmio

“Tu está sendo leviano na tua pergunta. Nós somos profissionais, profissionais de alto nível, de reputação ilibada. Nós queríamos o quarto (lugar), sim. Trabalhamos. Se a performance não foi boa – em outros momentos também não foi -, nós fomos para Ceará e perdemos. Nós fomos para o Maracanã e perdemos. Outros cenários não foram bons. A gente não controla o resultado, muitas vezes até a performance te escapa. O jogo não foi bom. O jogo não foi bom. Tivemos dificuldades para criar e de agredir o adversário. Fizemos um gol, se bem anulado ou não, eu não sei. Dentro de campo, o próprio Jô relata que é gol, que ele só escora o adversário, e não foi visto no VAR. O pênalti foi visto no VAR. Tenho de rever, não sei onde pegou, como pegou, bastante confuso também algumas coisas que ocorreram. Mas, nós somos íntegros naquilo que fazemos”.

2º turno sem vitórias como visitante

“Sim. O time mudou no percurso. Nós tivemos um primeiro turno e um segundo turno com a presença de outros atletas e uma mudança de característica de time. De um time onde uma organização defensiva e muito forte foi dando lugar a um time mais técnico, em casa começou a prevalecer os resultados, no primeiro turno era o contrário. O time, no meio da temporada, vai mudando sua característica. O importante é não tirar do contexto, um primeiro e segundo (turno). O importante é o total. E o total nos permitiu uma vaga direta à Libertadores, sobretudo um quinto lugar, do qual, desde 2017, quando foi campeão, não se repete estar entre as quatro ou cinco vagas. E nós conseguimos, todos juntos, trabalhando, colocar o Corinthians, na última rodada do Brasileiro, colocar o Corinthians em quinto e com vaga direta à Libertadores. Isso aí é um ótimo trabalho, um grande trabalho”.

Não utilização de R. Augusto e Willian

“Eu pensei, sim, em coloca-los. O jogo pedia uma situação de velocidade e profundidade, mas os atletas… viajei com todos, quis trazer todos. Cantillo chegou no limite também, estivemos atrás dele nos últimos quatro dias, ele esteve na iminência de ser convocado, e nós optamos por não trazê-lo. Era um risco muito grande, ele não estava com a fase de transição dele completa. Estava bem, clinicamente, mas, enfim, resolvemos não trazê-lo. Renato e Willlian, igual. Renato saiu exausto do último jogo, não conseguiu nem pisar no campo nos treinamentos nos três dias que tivemos. Veio porque acreditávamos em uma recuperação com algumas horas a mais, mas, realmente, não conseguiu a plena recuperação. Willian conseguiu voltar a campo no penúltimo dia antes do jogo, mas uma precaução ainda maior em decorrência de uma atleta que voltou do cenário europeu, iniciou no banco, teve a lesão, agravou, tinha um risco grande de colocá-lo em campo”.

Cobrança maior em 2022

“Trabalhar para o Corinthians, pelo Barcelona, onde eu estive, trabalhar para o Manchester City, para o Arsenal, é cobrança. Eu, com 20 anos, jogava no Pacaembu com 45 mil pessoas, semifinal e final de Copa do Brasil. Cobrança? Estamos acostumados. Cobrança é cobrança, faz parte de todo trabalho. Como te disse também, tive felicidade de jogar no Camp Nou com 90 mil pessoas, grandes jogos. Estamos acostumados, desde jovem, muito acostumado com isso, e entendemos cobrança e críticas. Algumas dessas críticas, muitas vezes, a gente até despreza, porque a crítica tem de ser bem construtiva, de maneira que não há problema nenhum. Fizemos um primeiro turno um time, no segundo turno, outro, e respeitando, obviamente, que esses atletas de segundo turno, que chegaram e agregaram, tiveram mais dificuldade, porque chegaram no meio da competição e tínhamos de respeitar essas etapas, jogaram pouquíssimo todos juntos”.

Luan para 2022

“Com relação ao Luan, nosso diretor, Roberto de Andrade, assim como Alessandro Nunes, vão estar colocando esses assuntos em pauta muitos assuntos a partir de terça-feira relacionados a nossa construção de grupo. Eles vão poder, sim, se estender em relação ao que nós temos, nos últimos 10, 12, 15 dias, conversado”.

Pressão desde o início em 2022

“As cobranças são absolutamente normais. A diferença é que nós cumprimos, como nosso diretor Roberto de Andrade disse, nós cumprimos com o nosso objetivo. Você pegar o Corinthians, do qual o cenário externo ele duvidava que o time ia se manter em primeira divisão. Assim eu peguei o time. A pauta era essa, esses eram os títulos (das matérias). Em nenhum momento, em 38 rodadas, repito, em nenhum momento, em 38 rodadas, nós tivemos ali.. ‘olha, perdeu, cai em zona de rebaixamento. Empatou…’. Nós não estivemos em zona de rebaixamento, e o trabalho foi se construindo em virada de primeiro turno em sexto lugar. Quero entender que, e todo cara mais inteligente, e são aqueles que mais a gente encontra pela rua, e que mais nos ligam e conversam, é grande, é muita gente elogiando, realmente, o trabalho e dizendo ‘olha, é o momento de uma camisa poderosa e importante, como é a do Corinthians, se construir. Se construir, entrar numa Libertadores direto, para um cenário externo que dizia ‘olha, vai cair para a segunda’, e nós em nenhum momento corremos risco. Foi, realmente, um grande trabalho. Mas, queremos mais. Sim, as pressões vêm, é normal, a cobrança vem, a camisa é forte e nós estamos preparados para 2022”.

Time em dívida, apesar de vaga à Libertadores

“A pergunta é muito difícil, porque você enaltece todos os pontos que você pega e tira negativo, e um negativo dizendo que, no começo da pergunta, ninguém imaginava que o Corinthians ia disputar uma Libertadores em fase de grupos, direto, então, ela tem muita contradição. Só tem um positivo aí. Eu não consigo ver aquilo que você me diz o negativo. Você pinça: ‘jogos fora’. O importante é eu chegar na competição. Ou, o importante é eu chegar lá e ter os pontos. Vaga direta para Libertadores. ‘Ah, queria uma quarta (colocação). Sim, estivemos na quarta em três, quatro, cinco rodadas. Nós não navegamos no quarto lugar. Nós conquistamos ele. E, sim, estamos em quinto, e conseguimos nosso objetivo, que era tudo que nós queríamos. De maneira que eu vejo de uma outra forma, aliás, muita gente vê de outra forma, o resultado é muito bom. Ninguém, você começou a pergunta e já respondeu, ninguém levantou um título que esse time poderia estar numa Libertadores direto. Estamos, porque é muito suor, muito trabalho, muita dedicação, e mais: os atletas têm ecoado em muitas das entrevistas. Vocês não querem aceitar, mas eles têm falado bastante desse trabalho, que é um trabalho bem honesto, correto, com muita virtude”.

Boato sobre pedido de demissão

“É triste o que a gente está vivendo. Notícias falsas do qual a gente tem de perder tempo, e eu perdi durante 24 horas, tendo de falar com assessoria, tendo de falar com pessoas que me ligavam, mas pessoas sérias, pessoas sérias que ligam e falam ‘há fundamento nisso?’. E, obviamente, não há fundamento. Nunca houve. Nunca passou pela minha cabeça pedir demissão. Mas, os objetivos estão sendo alcançados. E nós estamos sendo respaldados pela diretoria, pelo presidente, pelos atletas, o ambiente é ótimo. Jamais passou.. . Olha o cúmulo que estamos vivendo. Eu sou obrigado a vir aqui, gastar 24 horas antes, para poder explicar para algumas pessoas que eu, jamais passou pela minha cabeça, e nunca passou, eu não fiz. E tenho de desmentir algo. Nós estamos vivendo num mundo, senhores, bastante surreal isso. Não podemos perder tempo aqui, em 30 segundos, um minuto de resposta. nunca houve. Agora, o crédito, é irresponsabilidade de quem cria essa notícia, de quem planta essa situação. Mas, não acontece nada pra frente. É surreal. É ridículo, é ridículo o momento que a gente está vivendo. Vamos falar de coisas, senhores, substanciais, de que valem a pena. É ridículo”.