No dia 28 de maio de 1954, nascia João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, na cidade de Pindamonhagaba, interior de São Paulo. 66 anos depois, o legado da lenda do atletismo brasileiro segue vivo e chega a uma marca especial em 2020.
Este ano marca o aniversário de 45 anos dos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, em outubro de 1975, no qual João do Pulo bateu o recorde mundial do salto triplo, com a marca de 17 metros e 89 centímetros. Ela resiste até hoje como recorde da competição, que teve sua última edição em 2019, em Lima.
O salto permaneceu inalcançado até 1985, quando o norte-americano Willie Banks saltou 17,97m. Desde 1995, a melhor marca do mundo é do britânico Jonathan Edwards, com 18,29. Na América do Sul, outro brasileiro detém o recorde desde 2007, o paranaense Jadel Gregório, 17,90m.
Além dessa conquista, João foi tricampeonato do salto triplo na antiga Copa do Mundo de Atletismo (Dusseldorf-1977, Montreal-1979 e Roma-1981) e duas vezes medalha de bronze nos Jogos Olímpicos (Montreal-1976 e Moscou-1980).
A carreira genial do brasileiro teve um fim trágico. No ano em que venceu o terceiro mundial, o atleta sofreu um grave acidente de carro que lhe custou a perna direita, amputada depois de muitas cirurgias e quase um ano de internação. Ele tinha apenas 27 anos. Em 1999, João do Pulo faleceu aos 45 anos de idade, em decorrência de cirrose hepática.
Ele foi formado em Educação Física e entrou para a política, tendo sido eleito deputado estadual em São Paulo pelo Partido da Frente Liberal, em 1986, e reeleito em 1990. Nos últimos anos de sua vida, João passou por um período muito complicado que envolveu alcoolismo, depressão e problemas financeiros.
Desde o ano passado, João do Pulo faz parte do Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB), iniciativa que pretende eternizar os grandes nomes do esporte nacional.