Érica Cavalheiro (Instituto Foz) conseguiu na manhã deste domingo o seu segundo índice para o Campeonato Mundial de Nairóbi, no Quênia, que será disputado de 17 a 22 de agosto. Ela venceu os 200 m, com 24.15 (2.0), superando a marca mínima exigida pela World Athletics de 24.35, durante a penúltima etapa do Campeonato Brasileiro Prevent Senior Sports de Atletismo Sub-20, no Centro Nacional de Desenvolvimento do Atletismo (CNDA), na cidade de Bragança Paulista (SP).
A corredora paranaense, de 18 anos, campeã brasileira dos 400 m, já tinha a marca mínima desta prova, ratificada no sábado, com 54.29. “Estou extremamente feliz pelos dois índices, pelas duas medalhas de ouro e, especialmente, por ter batido meus recordes pessoais”, disse Érica, que não participou de nenhuma competição em 2020 por causa da pandemia. “Voltei bem este ano e tenho três competições importantes previstas como o Mundial, o Pan-Americano do Chile e o Sul-Americano do Peru.”
Quarta colocada nos 400 m dos Jogos Olímpicos da Juventude-2018, em Buenos Aires, Argentina, ela vê a possibilidade de melhorar ainda mais suas marcas. Nascida em Foz do Iguaçu e orientada pelo treinador Edson Corassini dos Santos, ela faz atletismo desde os nove anos.
Ana Cecilia Correia de Oliveira (ABDA-SP), campeã brasileira dos 100 m, ficou em segundo lugar nos 200 m, com 24.71, seguida Eline Eduarda de Sousa Silva (4F AJMT -PI), com 24.85.
Outro atleta que se destacou na etapa foi Vinicius Moura Galeno (CASO-DF). Campeão dos 400 m, com direito a índice para o Mundial de Nairóbi, ele venceu também os 200 m com 21.56, com vento de 2.3, acima do permitido. “Estou treinando muito forte e eu estou fazendo a minha história. Só tenho de agradecer aos meus treinadores, apoiadores e a minha cidade, Planaltina”, lembrou o brasiliense, de 16 anos, que está no primeiro ano da categoria Sub-18. Ele treina há três no CASO, com estrutura montada pelo casal João Sena e Gianetti Bonfim, em Sobradinho (DF).
Enzo de Castro Barros (LUASA-SP) foi o vice-campeão, com 21.75, seguido de Matheus Pereira de Oliveira (AVA-MT), com 21.78.
No heptatlo, as três primeiras colocadas alcançaram qualificação para o Campeonato Pan-Americano de Santiago, de 22 a 24 de outubro, superando o índice de 4.655 pontos. Giovana Corradi (Centro Olímpico) foi a campeã, com 4.820 pontos, seguida de Ana Luísa Couto (Orcampi-SP), com 4.713, e de Larissa da Silva Dutra (AERO-RN), com 4.676. Ana Luísa já tinha a pontuação mínima e ratificou a qualificação.
“Esse é o resultado de muito trabalho”, observou a paulista Giovana, de 17 anos, que treina no Centro Olímpico, em São Paulo, com o técnico Ricardo Barros. “Minha melhor prova é os 200 m, mas tenho de evoluir em todas para conseguir resultados melhores.”
Vinicius Galeano, ouro e índice nos 200m (Wagner Carmo/CBAt)
Nos 10.000 m marcha atlética, prova que abriu a programação do dia, Rubens Dantas de Barros (CASO-DF) foi o vencedor, com 44:35:82, recorde pessoal e índice (45:43:25) para o Campeonato Pan-Americano de Santiago.
“Treinei muito porque o objetivo era o índice para o Mundial (43:40), mas saí muito forte e senti um pouco no final. Mas estou feliz com o resultado”, disse o campeão da Copa Brasil de Marcha, em março, e vice-campeão do Brasileiro 2020, em novembro, ambas competições realizadas em Bragança.
Rubens, de 18 anos, tem orgulho de treinar junto com Caio Bonfim, medalha de bronze no Mundial de Londres-2017, e Gabriela de Souza Muniz, recordista brasileira dos 10 km (rua) e dos 10.000 m (pista). “É muito bom ter referências na preparação no dia a dia”, lembrou o marchador, que pratica a especialidade desde os 16 anos.
A competição termina na tarde deste domingo, com mais 10 finais e a definição dos clubes campeões na classificação geral, masculina e feminina.
Ao todo, o torneio reúne cerca de 650 atletas de 123 clubes, de 22 Estados e do Distrito Federal e tem suas normas adaptadas para o atendimento aos protocolos de enfrentamento da pandemia da covid-19.
Todos os participantes passam pela medição da temperatura corporal antes de entrar no CNDA e a realização de teste de Covid-19 em casos suspeitos. É também obrigatório o uso de máscaras, com a disponibilidade de álcool em gel, limpeza de implementos, distanciamento entre atletas na câmara de chamada, distanciamento entre os treinadores no momento das provas de seus atletas e a cerimônia de premiação rápida e diferenciada (os que forem ao pódio pegam as próprias medalhas), entre outros procedimentos.