Em seu primeiro trabalho no comando da seleção brasileira feminina de futebol, a técnica sueca Pia Sundhage encarou como normal a derrota do Brasil na decisão por pênaltis contra o Chile, neste domingo, após empate sem gols no tempo normal, que deu o título do torneio amistoso realizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, às rivais sul-americanas. Seu pensamento já está nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem, no Japão.

Em entrevista coletiva após o jogo contra o Chile, a treinadora revelou que já tem toda a programação da seleção feminina desenhada na cabeça. Antes da disputa na Olimpíada, o Brasil fará amistosos contra Inglaterra e Polônia, na Europa, e participará de mais um torneio amistoso, desta vez na China.

“Tivemos uma semana apenas juntas. Depois de um ano, como será no Japão, a equipe já estará mais controlada. Ainda não tenho os nomes, mas busco duas ou três líderes, líderes por posição, para que o Brasil saiba adaptar o jogo quando as condições são adversas”, explicou Pia Sundhage, lamentando que a condição do gramado não estava perfeita por conta da chuva.

“Não me arrependo de ter entrado com um time mudado em relação ao primeiro jogo (contra a Argentina) porque as jogadoras precisam de uma chance. Não funcionou. Queríamos jogar trocando passes e pelo meio, mas não adiantava correr porque a bola não rolava. Fico pensando como seria interessante se o gramado estivesse melhor”, ressaltou.

Sem as atacantes Marta e Cristiane, lesionadas, a seleção teve outros destaques em campo nos dois jogos do torneio amistoso, o que foi lembrado por Pia Sundhage. “Temos várias especialidades diferentes. Destaco Bia Zaneratto e Ludmila. Bia tem os ombros largos, é muito forte e veloz. Precisa completar mais os passes. Ludmila precisa ler um pouco melhor o jogo. Isso vem com o tempo. Em comparação ao outro jogo, foi muito bom, também. Temos que juntar todas as boas e fazer um time forte. Pedi a elas que sempre joguem perto uma da outra”, comentou a sueca.

RENOVAÇÃO – Para a volante Formiga, uma das referências do time, o principal nesse início de trabalho é resgatar a confiança. “A gente vem de algumas derrotas antes da preparação para o Mundial e é claro que esse primeiro contato com a Pia a gente já está entendendo bem a filosofia de trabalho dela. Eu vejo lá na frente um time bem mais competitivo do que foi na França e eu tenho certeza que a gente vai crescer muito. É um torneio curto, mas deu pra ver que houve mudanças e a tendência é evoluir”, analisou a capitã.