Uma reparação histórica do Comitê Olímpico Internacional (COI) foi realizada neste domingo. Depois de 20 anos de espera, Cláudio Roberto Sousa recebeu a sua medalha de prata do revezamento 4x100m dos Jogos Olímpicos de Sydney, disputados em 2000.
Em cerimônia realizada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) ao término das provas do Troféu Brasil de Atletismo, no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo, Cláudio Roberto recebeu, muito emocionado, a premiação que não veio há duas décadas.
“É muita história pra contar, daria um livrão… Por tudo o que eu passei, por tudo o que eu vivi em busca dessa medalha e finalmente ela chegou. Eu não me arrependo de nada. Fui atrás da medalha do meu jeito, como tinha de ser, do meu jeito, sem agredir ninguém, sem criar polêmica. E ela chegou naturalmente”, disse Claudio Roberto após a entrega da medalha.
Time olímpico de 2000 realizou um revezamento simbólico na cerimônia
O velocista era reserva da equipe olímpica do revezamento nas Olimpíadas de 2000 e correu a eliminatória, vencida pelos brasileiros, que deu vaga para a decisão. Na final, entretanto, foi substituído por Claudinei Quirino, que foi responsável por fechar o 4x100m. O quarteto brasileiro que disputou a final recebeu a medalha de prata no próprio estádio, na cerimônia do pódio, no dia 30 de setembro de 2000. A medalha de Claudinho, como é conhecido no meio do atletismo, ficou de ser entregue depois, mas nunca foi recebida por ele.
Depois de 20 anos, entre diversas conversas entre COB e COI, a medalha chegou em suas mãos. Foi realizado um simbólico e emocionante revezamento na pista, simulado pelos titulares do time brasileiro em 2000. Vicente Lenilson, Edson Luciano Ribeiro, André Domingos, Claudinei Quirino fizeram a passagem de bastão até Claudio, que correu até o fim sob aplausos dos companheiros.
A medalha veio diretamente do Museu Olímpico, que fica na Suíça, e foi entregue por Bernard Rajzman, representante do COI. Emocionado, Cláudio vestiu a medalha ao lado de seus ex-companheiros no pódio.
“Já faz alguns meses que venho curtindo esse momento, mas agora com a medalha no peito. Agora é exibi-la, olhar para ela, pegar. E agora sim posso mandar fazer o meu quadro de medalhas que até então eu não tinha feito porque uma estava faltando essa”, disse.
Claudio ainda tem no currículo as medalhas de prata no Mundial de Atletismo, em Paris, na França, e o ouro nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, conquistadas em 2003 com o revezamento 4×100 m. Atualmente, o velocista integra o projeto Heróis do Atletismo Caixa, da CBAt, e atua no projeto esportivo da Fundação Nossa Senhora da Paz, em Teresina.