Justiça determina funcionamento parcial do transporte coletivo em Guarapuava

Publicado em 15 jun 2022, às 23h28. Atualizado às 23h29.

Diante da paralisação total do transporte coletivo de Guarapuava, no centro sul do Paraná, nesta quarta-feira (15), a Justiça ordenou que os trabalhadores voltem imediatamente ao trabalho, mantendo no mínimo 50% da frota circulando nos horários de maior movimento de passageiros. Fora destes horário, deve ser mantido 1/4 dos ônibus nas ruas.

A medida liminar é do desembargador Arion Mazurkevic, do Tribunal Regional do Trabalho, 9.ª Região. Ele determinou que os horários em que deve haver 50% da frota circulando são entre 6h30 e 8h30; 11h30 e 13h30; 17h e 19h. O descumprimento da ordem gera multa diária de R$ 5 mil ao Sindicato Profissional dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Guarapuava (Sintrar), não devendo a multa ultrapassar o limite de R$ 50 mil.

Além da determinação, o desembargador ainda marcou audiência de conciliação entre trabalhadores, representados pelo Sintrar, e a empresa de transporte coletivo da cidade, a Pérola do Oeste, para às 10h da próxima sexta-feira (17).

Cerca de 30 mil pessoas foram afetadas com a falta de transporte público nesta quarta-feira. A prefeitura já tinha conseguido, na terça-feira (14), liminar para que o serviço funcionasse de forma escalonada. Mas, os trabalhadores não cumpriram a liminar. Alegaram que estavam com medo de retaliação de outros colegas e sindicalistas e por isso não voltaram ao trabalho.

Desequilíbrio do sistema

Em nota, a Pérola do Oeste informou que houve uma reunião entre a empresa, vereadores, representantes da prefeitura e o sindicato, na tarde desta quarta-feira. Diz que embora tenha ocorrido um bom diálogo, o secretário municipal de trânsito local reconheceu o desequilíbrio do sistema e a defasagem da tarifa. Com isso, não foi possível estabelecer, de momento, uma solução viável ao impasse.

Os trabalhadores cruzaram os braços porque reclamam de atrasos nos salários e nas férias, além de carga excessiva de trabalho. Ainda exigem a reposição salarial referente a data-base de novembro de 2021.

A empresa Pérola do Oeste, responsável pelo serviço no município, alega que há dois anos vem vivendo uma crise financeira, provocada pela queda no número de usuários, efeitos da pandemia e o aumento do preço do combustível.