Acusados de perseguirem e causarem a morte de jovem vão a julgamento em Cascavel
Após quase um ano e meio, os acusados de atropelarem, causando a morte de Amanda Prado, de 19 anos, e deixarem Erika de Oliveira ferida, estão sendo julgados nesta quinta-feira (9). O acidente aconteceu na madrugada do dia 12 de junho, enquanto as vítimas trafegavam no bairro Canadá, em Cascavel, no oeste do Paraná, e acabaram sendo perseguidas e atropeladas.
De acordo com o pai de Amanda, Messias Amorim, a saudade da filha ainda é muito grande.
“A saudade ainda é grande. Tem dias que a gente passa bem, tem dias que a gente sofre bastante, vem a saudade, vem o desespero”,
fala o pai.
O caso comoveu toda a região, já que uma das jovens não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. A outra, que estava na garupa, ficou com vários ferimentos e sobreviveu. Hoje, ela luta por Justiça.
“Hoje, o que eu mais quero é justiça, porque o que eles fizeram pra minha amiga não pode acontecer mais. Eles mataram um sonho. Eles destruíram a minha família, a da Lu [mãe de Amanda], dos familiares da Lu, todo mundo, porque a Amanda deixou muito carinho, muito amor. Ela passou pra deixar o brilho dela na Terra e esse brilho jamais vai ser apagado”,
diz Erika.
O julgamento do caso decide o futuro dos dois rapazes que estavam no carro. Conforme a sobrevivente, as amigas não conheciam os acusados. Elas foram perseguidas, atropeladas e arrastadas por aproximadamente 20 metros.
“Eles estavam no meio da rua, então, a gente aguardou na esquina para que eles saíssem, que eles seguissem na via deles. Aí, eles gritaram ‘pode passar piazada’, e foi o momento que a gente passou e, quando a gente estava em uma certa altura, a gente percebeu que eles estavam vindo rápido, pularam o quebra-mola e vieram atrás da gente. Mas, de fato, não houve troca de palavras, em nenhum momento isso aconteceu”,
relata a amiga.
A advogada de defesa do motorista, Dayane Sigmori, afirma que eles querem a condenação, mas com uma diferença: querem retirar a acusação de homicídio.
“A defesa quer a condenação, mas não nos termos da denúncia. Nos termos da denúncia é vingança, não é justiça. Porque ali houve uma provocação antes, realmente houve uma perseguição. Eles não tinham ciência que seriam meninas, à princípio eles achavam que eram pessoas do sexo masculino. Quando a motocicleta tentou ingressar na Rua Caxias do Sul, as meninas da motocicleta perderam o controle, caindo no asfalto, e o veículo, com péssimas condições para trafegar, derrapou na pista, passando por cima delas. Em nenhum momento houve colisão”,
conta a advogada de defesa.
Já a acusação diz que, de acordo com as provas, houve sim intenção de matar e é por esta Justiça que eles esperam.
“É perfeitamente fácil de você chegar a conclusão que houve assassinato e também uma tentativa de assassinato. A Amanda, infelizmente, veio a óbito naquele mesmo momento. O carro parou, ela estava embaixo do veículo, já morta naquele momento. E a outra vítima, a Erika, não faleceu em circunstância alheia à vontade dos assassinos. Então, o que nós esperamos hoje é mostrar para o corpo de jurados e para toda a sociedade que as provas são muito claras nesse sentido. É mostrar as provas de que houve de fato sim um assassinato e uma tentativa de homicídio”,
explica o assistente de acusação Claudemir Schimidt.
A mãe de Amanda, emocionada, fala sobre o amor e o carinho que a filha deixou no coração de tantos amigos.
“A gente perdeu a Amanda, mas a gente ganhou um milhão de amigos dela que a gente nem imaginava. E é isso que tem nos dado força, esse carinho que nós temos recebido dos amigos e das pessoas que amavam ela”,
conta a mãe Lucinei de Souza.