Tudo o que se sabe sobre a morte de 23 animais em hospital veterinário no Paraná
Animais foram mortos por uma criança de 9 anos que invadiu o local; ao todo, 20 coelhos e três porcos-da-índia morreram
A fazendinha de um hospital veterinário, recém-inaugurada em Marialva, no norte do Paraná, foi invadida por uma criança de 9 anos e um cachorro no início da noite do dia 13 de outubro. A ocorrência foi registrada por volta das 18h40, um dia após a festa do Dia das Crianças, que marcou a abertura do local para visitação da comunidade. Ao todo, 23 animais foram mortos.
Câmeras de segurança instaladas na parte externa do hospital veterinário flagraram o momento em que o menino chega no local. Acompanhado de um cachorro, o garoto acessa a área recém-inaugurada, onde estavam os viveiros de alguns animais.
A criança então acessou a área dos coelhos e 20 animais morreram. Depois o local dos porcos-da-índia foi invadido, e mais três animais morreram. Uma galinha também ficou ferida, mas sobreviveu.
Nova fazendinha em hospital veterinário
A área da fazendinha foi inaugurada no dia 12 de outubro, em uma festa que aproveitou para celebrar o Dia das Crianças. Diversos moradores e crianças estiveram no local durante a tarde e conheceram os animais, entre eles o menino que invadiu o local no domingo (13).
Além de coelhos e porcos-da-índia, a fazendinha também conta com cabritos, galinhas e já possui um local preparado para receber aves. O estabelecimento é administrado pelos veterinários Lúcio Barreto e Brenda Almeida.
Os sócios destacaram que a intenção de criar a fazendinha é atrair visitação e oferecer um novo ponto turístico na cidade que possui cerca de nove mil habitantes.
Invasão no final do domingo (13)
Os proprietários do estabelecimento contaram que perceberam a presença da criança pelas câmeras de segurança. Lúcio e Brenda contaram que foram verificar a movimentação e flagraram o menino com um cachorro no local. Preocupados com o que o cão poderia fazer com os animais menores, os veterinários foram até o hospital veterinário.
“A gente olhou a câmera, era aproximadamente 18h40, resolvemos dar uma olhada nas câmeras e vimos que tinha um menino. Na verdade, imaginamos que ele estava ali para brincar, pois ele esteve no local no dia anterior. Mas como tinha um cachorro junto, decidimos vir correndo para ver se o cachorro não estava machucando os bichinhos”, comentou o veterinário Lúcio Barreto.
Brenda também detalhou o momento em que encontrou os animais. “Eu cheguei aqui e vi todos estes animais jogados no chão, a princípio eu achei que tinha sido o cachorro que havia feito tudo isso, porque a gente não acredita, a gente tinha acabado de realizar o sonho um dia antes, então tava tudo perfeito. E no outro dia chegar e se deparar com uma cena horrível dessa. Depois que a gente viu que não era o cachorro foi muito triste, hoje foi um dia bem pesado, todo mundo de luto e comoveu a cidade”, contou a veterinária.
Cena de tristeza após morte de animais
A invasão da criança na fazendinha do hospital veterinário resultou na morte de 23 animais, sendo 20 coelhos e três procos-da índia. Os bichinhos foram agredidos, alguns arremessados e outros até esquartejados.
No primeiro momento, após fugir do local pulando um muro, o menino negou a agressão contra os animais. Entretanto, na sequência, confirmou que cometeu os atos.
“Ele disse que foi ele mesmo, que ele chutava a cabeça e arremessava na parede, tanto que foram encontrados três coelhos lá dentro [do imóvel], que ele arremessou pela janela”, disse Brenda. Alguns animais tiveram as patas arrancadas.
O veterinário Lúcio Barreto relatou que acompanhou a criança até a Polícia Civil, mas que ela não pareceu impressionada. “Não demonstrou muito remorso, aparentemente até tranquilo. Perguntei se ele não tinha dó do coelhinho, um bichinho, bonitinho, e ele disse que ‘mais ou menos’”, relatou Barreto.
A Polícia Civil foi até a casa da família, conversou com os responsáveis pela criança e registrou boletim de ocorrência. O Conselho Tutelar também foi chamado e acompanha o caso.
Câmera de segurança flagra invasão
As imagens das câmeras de segurança do local foram disponibilizadas pelos proprietários. Nas imagens é possível ver o momento em que o garoto chega na fazendinha, porém, devido a um ajuste no posicionamento do equipamento, não é possível ver quando o garoto abre o viveiro dos coelhos. Assista:
Repercussão do caso
O veterinário Barreto afirmou que a ideia de divulgar o caso é para que a criança tenha acompanhamento e, se necessário, procure tratamento de saúde. A veterinária Brenda Almeida, proprietária do local, disse que o caso comoveu a cidade e que todos estão em luto.
Conforme informações, a criança vive com uma avó e não tem histórico de violência.
Animal sobrevivente: o sonho continua
Lúcio e Brenda declararam que, apesar da tristeza com a morte dos 23 animais, o sonho de manter a fazendinha continua. O local contava com 21 coelhos e apenas uma fêmea sobreviveu.
“Eram todos muito parecidos, não tinham nome. Mas agora que é a única sobrevivente se chamará Vitória. É muito gratificante ela ter sobrevivido, deve ter passado por momentos terríveis”, comentou Brenda Almeida, veterinária responsável pelo estabelecimento.
A profissional também comentou sobre o abatimento da coelha após o episódio na fazendinha. “Hoje ela não quis comer, não quis beber água, passou a noite em cima do corpinho do irmãozinho dela. Agora que tirei ela, ela ficou encolhida em um cantinho”, comentou.
Quer receber notícias no seu celular? Então entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui.