Testemunhas de defesa são ouvidas no júri popular do assassinato da psicóloga Melissa
Nesta quarta-feira (25), terceiro dia do júri popular sobre assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, executada em Cascavel, no oeste do Paraná, em 2017, prestam depoimentos as testemunhas de defesa. Durante a manhã, foram ouvidas seis pessoas e a expectativa é que outras duas deem sua versão do ocorrido até o final de tarde.
O julgamento, que começou na última segunda-feira (23) em Curitiba, capital do estado, deve ouvir ao menos 25 testemunhas, além dos interrogatórios dos cinco réus, que devem falar ainda nesta quarta-feira.
O primeiro réu a ser interrogado será Edy Carlos Cazarim. Ele responde por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito, e também receptação dolosa e incêndio doloso.
Além de Edy Carlos, outras quatro pessoas também foram acusadas, pelo Ministério Público, por envolvimento no crime. São elas:
- Wellington Freitas da Rocha: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, organização criminosa, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito, e receptação dolosa;
- Elnatan Chagas de Carvalho: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito;
- Roberto Soriano: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado;
- Andressa Silva dos Santos: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa.
Crime e motivação
A psicóloga Melissa de Almeida Araújo tinha de 37 anos quando foi assassinada ao chegar em casa, juntamente, com o marido, o policial civil Rogério Ferrarezzi, e o filho, à época com 10 meses, no dia 25 de maio de 2017, em Cascavel, no Oeste do Paraná.
Armados com pistolas 9mm, modificadas para rajadas de 30 tiros, os atiradores seguiam a vítima. O casal foi alvejado enquanto estacionava o carro.
Rogério conseguiu reagir e, mesmo ferido com vários disparos, matou um dos envolvidos. Já Melissa foi morta dentro da residência, para onde havia corrido, com dois tiros na face. A criança não ficou ferida.
Melissa era psicóloga da Penitenciária Federal de Catanduvas, também no oeste do Paraná, desde 2009 e, de acordo com a investigação, foi morta a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital). O assassinato seria parte de uma ação para desestabilizar os sistemas prisionais de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).
A organização criminosa considerava que o regime aplicado nessas unidades era opressor e não aceitava a falta de regalias ilícitas para os detentos como, por exemplo, a entrada de celulares.
Melissa foi escolhida por ser considerada um alvo fácil. Antes dela, outros dois agentes penitenciários já haviam sido executados pela facção:
- Alex Belarmino Almeida Silva, agente penitenciário de Catanduvas, foi morto com 23 disparos de arma de fogo ao ter seu veículo interceptado nas proximidades do Lago Municipal de Cascavel no dia 02 de setembro de 2016.
- Henry Charles Gama Filho, agente penitenciário de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi assassinado em um bar da cidade no dia 14 de abril de 2017