Suspeito confessa que matou a esposa no Litoral do Paraná e conta detalhes do crime

por Guilherme Fortunato
com informações de Bruna Froehner, da RICtv
Publicado em 21 out 2022, às 17h27.

Geovane Godoi Bahia, de 29 anos, confessou para a Polícia Civil que matou Isabel Cristina da Silva Cardoso, de 26 anos, em Paranaguá, no Litoral do Paraná. O crime foi registrado na residência do casal, no bairro Vale do Sol, no último domingo (2).

A reportagem da RICtv teve acesso ao depoimento onde o suspeito conta detalhes e o motivo de ter matado a própria esposa.

“Mandei uma mensagem no celular dela, falei ‘não vá para casa, eu não quero você na minha casa’, daí cheguei em casa ela tava lá […]. Só que ela tava desconfiada que eu tava traindo ela. Eu falei ‘sai daqui, sua corna’, daí ela pegou e avançou com uma faca para cima de mim, eu tomei a faca dela, joguei assim, daí empurrei ela, dei dois tapas nela, dois chutes, e sai da casa desnorteado”, disse Geovane.

Durante o depoimento para a polícia, Bahia tentou alegar que cometeu o crime em legítima defesa. Ele falou também sobre o fato de não ter socorrido Isabel. “Eu só não queria voltar para casa, sabia que tinha machucado”, contou o suspeito.

O advogado da família de Isabel Cardoso, Rafael Lima Torres, descorda da versão apresentada por Geovane e que o histórico do casal, o depoimento dele não condiz com a verdade.

“Isso não se sustenta pelo que tem no processo, pelo histórico do casal, ela não era uma pessoa violenta, ele sim, sempre se mostrou violento, não foi encontrada faca alguma no local do crime, pela Polícia Científica, essa história foi inventada para buscar uma tese defensiva, que não se sustenta, de legítima defesa”, alegou o advogado.

Torres acredita que o local do crime foi alterado por Geovane. A informação ainda não foi confirmada oficialmente pela Polícia Civil.

“O que nós sabemos é que o celular dela sumiu do local do crime, a casa estava muito bem arrumada para quem menciona que houve uma luta corporal, que produziu os resultados que produziu no corpo da Isabel. Então o que nós pedimos para a investigação é o rastreamento do local do celular, onde ele foi utilizado após o crime […], se houve fraude processual será constatado, com certeza”. 

A polícia informou que concluiu o inquérito e encaminhou à Justiça. O suspeito foi preso pelo crime de feminicídio no dia 6 de outubro.