Aeroporto de Curitiba alerta para uso de raios laser contra aviões; saiba quais são os riscos

Publicado em 28 set 2022, às 16h00. Atualizado às 16h40.

O Aeroporto Internacional de Curitiba registrou 11 relatos de pilotos sobre interferências de raio laser apontado para as aeronaves durante procedimentos de pousos e decolagens, num intervalo de pouco mais de seis meses. Devido à prática recorrente, a empresa decidiu emitir um alerta nesta quarta-feira (28).

Luís Spanner, responsável pela área de Segurança Operacional da CCR Aeroportos, explica que essa prática pode ocasionar danos à visão do piloto, como hemorragia e queimadura na retina.

“Essa ação é um perigo para pilotos e aeronaves, e coloca em risco a segurança da aviação”. Spanner também alerta que emitir o raio laser pode culminar na perda de controle em voo. “A luz é forte o suficiente para dificultar a leitura do painel de controle e a visão da pista para conduzir a aeronave em segurança no momento do pouso ou decolagem”. 

De acordo com o Cenipa, órgão de prevenção e investigação de acidentes aeronáuticos, a emissão inadequada do raio laser contra aeronaves pode ser enquadrada no Artigo 261 do Código Penal Brasileiro (“expor a perigo embarcação ou aeronave própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea”).

Se enquadrada como crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo, a pena prevista é de dois a cinco anos de prisão, sendo aumentada para 12 anos, caso haja um acidente com mortes. 

Ocorrências no Sul do Brasil

O aumento dessa incidência é preocupante. De janeiro deste ano até a primeira quinzena de agosto de 2022, os aeroportos que a CCR Aeroportos administra na região Sul do Brasil, já somam 31 ocorrências, sendo o ano com maior incidência desde 2018, onde foram registrados 34 eventos em todo o ano. Por isso, a concessionária pede a colaboração da população de Curitiba e da região metropolitana para evitar o uso dos lasers.