"Na condenação de Deus ele não escapa", diz irmã de Renata Muggiati

Publicado em 16 ago 2019, às 00h00. Atualizado em: 17 jul 2023 às 12h48.

“Me dá enjoo…como pode um ser humano cometer tanto mal, sentar ali e dizer que minha irmã que foi a culpada”, disse Ana Teresa Muggiati, irmã de Renata, após o depoimento de Raphael Suss Marques nesta quinta-feira (15).

Emocionada, a irmã da fisioculturista Renata Muggiati afirmou que tem certeza que Suss Marque irá para à júri popular em breve. “É questão de tempo. E a condenação dele, que pra mim é a maior e a pior, é de Deus, né? Isso ele não escapa. Ele já está marcado…ele sai na rua e todo mundo sabe quem ele é. Não sei se tem alguém que acredita nele.”

Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), o acusado negou mais uma vez a autoria do crime e afirmou que Renata Muggiati se jogou do 31º andar. Além disso, na audiência de ontem, o advogado de defesa apresentou um pedido para que um novo laudo sobre a causa da morte de Renata Muggiati seja feito.

Para o promotor do caso, Marcelo Benzer Corrêa, um novo laudo é desnecessário. “Desde 2015 existem dois laudos referentes a causa da morte de Renata Muggiati. Agora, ao apagar das luzes, e nem é hora, a defesa apresenta um laudo pericial e solicita que a Justiça faça um terceiro laudo.”

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Suss Marques agrediu a fisiculturista durante uma discussão (Foto: RICTV Record TV)

A fisioculturista morreu após cair da janela do apartamento em que vivia com o namorado Raphael, localizado no 31º andar, em setembro de 2015, no centro de Curitiba. Na época, o crime foi investigado inicialmente como suicídio, mas vizinhos do casal relataram à polícia que o casal vivia um relacionamento conturbado e que brigas eram frequentes.

Fotos de Renata Muggiati com ferimentos no rosto também fizeram a polícia entrar no caso. Além disso, uma mensagem publicada em sua rede social horas antes de sua morte e apagada posteriormente, também levantaram suspeitas.

“Bom, aviso a todos q me seguem que hoje eu meu último diante vida, depois de sofrer 3 dias agressões e por amar a pessoa. me suicido feliz e em paz.”

O médico estava em casa quando a vítima supostamente se jogou pela janela. Ele afirmou à polícia que a namorada havia tentado se jogar da janela três e que ele conseguiu impedir as duas primeiras.

Na terceira vez, ele contou que estava em outro cômodo e não viu Renata se jogar. O médico ainda disse aos policiais que a modelo sofria de depressão e estava fazendo acompanhamento psiquiátrico.

A promotoria pediu a inclusão de peritos no processo afirmando que o laudo de exame de necropsia teria sido falsificado. O pedido foi aceito no dia 2 de julho de 2018 pela Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Curitiba.

O Ministério Público e a Secretaria de Segurança do Paraná abriram inquérito para apurar as diferenças nos dois laudos e a Justiça determinou que o corpo da fisiculturista fosse exumado. De acordo com o delegado Jaime da Luz, responsável pelo caso na época, os laudos apontaram que Renata foi asfixiada antes de cair do prédio.