Queda de laje em supermercado: perícia aponta gambiarra como causa do desastre
Polícia conclui inquérito e indicia três pessoas por homicídio culposo das três vítimas
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) indiciou por homicídio três pessoas apontadas como responsáveis pela queda de laje em um supermercado em Pontal do Paraná, no litoral paranaense. O desabamento da estrutura causou a morte de três funcionárias do estabelecimento e feriu outras 12 pessoas.
A PCPR concluiu o inquérito que apurava as causas da queda da laje depois de receber os laudos complementares da Polícia Científica do Paraná (PCP) nesta semana. A perícia apontou diversas irregularidades e até mesmo gambiarras na obra.
O inquérito policial apurou os crimes de três homicídios culposos e 12 lesões corporais culposas. Dentre os indiciados estão o proprietário da construtora, o proprietário do supermercado e o responsável pela obra.
Os três serão indiciados pelos crimes de homicídio culposo e lesões corporais culposas. O proprietário da construtora ainda por imperícia, já o do supermercado também por imprudência e o responsável pela obra por negligência.
As investigações concluíram que o supermercado foi inaugurado sem os laudos do Corpo de Bombeiros e sem os alvarás para funcionamento da Prefeitura de Pontal do Paraná.
“A Polícia Civil entende que o dono do supermercado, assim como esse responsável por administrar a obra foram imprudentes em inaugurar o empreendimento sem a documentação necessária. Por isso eles serão formalmente indiciados por homicídios culposos”, afirma o delegado Jader Roberto, responsável pelo inquérito policial.
Com a conclusão das investigações e os indiciamentos dos responsáveis, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público do Paraná, que avaliará as provas e decidirá pela denúncia à Justiça.
Perícia apontou erros e gambiarras na execução da obra
O laudo da Polícia Científica apontou uma série de erros na execução da obra, inclusive o uso improvisado de materiais inadequados às estruturas. O perito Luís Noburu Marukawa classificou esses improvisos como verdadeiras gambiarras, usadas para apressar a construção.
“Constatamos efetivamente um erro na execução da montagem das peças estruturais na torre daquela edificação. Nós temos gambiarra, aonde foi colocada madeira para preencher um espaço vazio entre pilar e viga; nós temos a questão do cobrimento da laje com uma especificação menor do que a do projeto. Isso tudo fragilizou aquela laje”, explica o perito.
Ele destaca que a força da água que caiu dos reservatórios instalados sobre a laje colaborou para que o número de vítimas não fosse ainda maior. “Quando a água cai daquela torre, em grande volume, ela empurra as pessoas que estavam próximas. Então, a água deve ter poupado algumas vidas durante o desabamento”.
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