Quadrilha investigada pelo Gaeco emitia notas falsas para desviar cargas de grãos
Empresas, residências de empresários e de motoristas foram visitadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na manhã desta quinta-feira (19), no Oeste e Sudoeste do Paraná e em São Paulo. O grupo é suspeito do desvio de cargas de soja que tinham como destino o Porto de Imbituba, em Santa Catarina.
A Operação denominada Perfídia, investiga a prática dos crimes de organização criminosa, falsificação de documento particular e apropriação indébita. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nas cidades paranaenses de Cascavel, Dois Vizinhos, Enéas Marques, Francisco Beltrão e Realeza e também em Elias Fausto, no estado de São Paulo. Em Cascavel, está localizada uma das sedes da empresa e também um dos proprietários.
Conforme apurado pelo MPPR, os investigados teriam se apropriado de pelo menos nove cargas de soja que tinham como origem diversas cidades do Mato Grosso do Sul. Para o transporte dessas cargas, uma cooperativa de caminhões contratou quatro empresas do Paraná. No entanto, nenhuma das cargas foi entregue no destino, o que implicou em um prejuízo de quase R$ 1 milhão.
Na tentativa de comprovar a entrega do produto no porto, o grupo criminoso falsificou documentos. As contratações foram feitas por intermédio de um empresário de Realeza, já conhecido das autoridades policiais pela prática de diversos crimes. “Ainda está em investigação a respeito da investigação. Após a busca e apreensão temos como objetivo avançar mais em relação a qual empresa tenha receptado. O que sabemos é que todas as cargas tiveram como destino a mesma cidade. Nos temos informações que há outras cargas que essa organização possa ter desviado de outra empresa no Mato Grosso do Sul. Com essas apreensões vamos avançar nas investigações”, detalhou Tiago Vacari, Promotor de Justiça do Gaeco de Francisco Beltrão.
Durante as ações, duas pessoas foram presas em flagrante, por posse irregular de arma de fogo (motorista) e armazenamento indevido de agrotóxicos (empresário). Dentre os objetos apreendidos na operação, estão aparelhos celulares, computadores e documentos, que serão periciados pelo Instituto de Criminalística e em seguida analisados pelo Gaeco.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo Criminal de Dois Vizinhos.