Preso por abuso e morte de jovem coagiu a companheira a fugir com ele
Depoimento da mulher do suspeito foi fundamental para que os investigadores comprovassem a autoria do crime
O andarilho suspeito pelo estupro e morte da jovem Jociele de Jesus Abreu, em Arapoti, nos Campos Gerais do Paraná, ameaçou e coagiu a sua companheira para que ela não o denunciasse e ainda fugisse com ele. Conforme o delegado Gumercindo Athayde, da Polícia Civil do Paraná (PCPR), a mulher contou em seu depoimento que só fugiu com o suspeito após receber ameaças de agressão e morte.
Essa mulher, que também vive em situação de rua, a exemplo do companheiro, foi interrogada na segunda-feira (19), logo após ser detida por policiais militares por estar acompanhando o suspeito. E, de acordo com o delegado, seu relato foi fundamental para ajudar a solucionar o caso.
“Durante a abordagem, a mulher que acompanhava o autor, se identificou como sendo companheira dele já há cerca de um ano. Além disso, alegou que estava sendo ameaçada e constrangida por ele para acompanhá-lo nessa fuga de Arapoti. E, durante a oitiva, ela narrou que ela tinha conhecimento do fato ocorrido, que o companheiro havia confessado a ela que tinha roubado a vítima. No entanto, ele não afirmou à companheira que teria matado e nem que teria estuprado [a vítima]”, contou Athayde em entrevista à TV Campos Floridos.
Suspeito “convidou” a companheira para acompanhá-lo na hora do crime
O delegado relata também que a mulher admitiu inclusive que foi convidada pelo companheiro a praticar o roubo, algo que ela recusou.
“Ele viu [a vítima] caminhando sozinha nas imediações da rodoviária e resolveu segui-la. Nesse momento, ele convidou a companheira, mas ela se negou a acompanhá-lo no crime. Ela conta que ele retornou com uma pulseira e um anel da vítima e que estava bastante alterado. Ela então suspeitou desse comportamento, e perguntou pra ele o que teria ocorrido. Foi quando ele falou que tinha apenas roubado a vítima”, destaca Athayde.
Ao longo do depoimento, a companheira do suspeito forneceu mais detalhes sobre o que aconteceu na madrugada de domingo (18), quando Jociele foi assassinada.
“Como ela suspeitou do companheiro, durante a madrugada do domingo ela foi até o local onde a vítima estaria, e lá ela viu a vítima morta, sem as roupas de baixo, com indícios do estupro. Então, ela se compadeceu da vítima, se colocou no local dela, como vítima também, como mulher. Porém, temendo pela violência, pela agressividade do companheiro, não comunicou nada às autoridades e ficou quieta”, complementa.
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Mulher colaborou deforma decisiva com as investigações do caso
No entanto, foi outra fala dessa mulher que mais contribuiu para as investigações do caso. Foi por meio do depoimento dela que os policiais encontraram os objetos que foram roubados da vítima.
“Ela nos narrou ter visto os objetos que pertenciam à vítima, a pulseira e o anel. E que viu o companheiro esconder esses objetos em uma árvore, próximo da rodoviária. E quando ela deu essa informação a nós, os nossos agentes foram até a rodoviária e localizaram esses objetos. Em seguida, levaram até a família da vítima, que imediatamente reconheceu os objetos como sendo da Jociele”.
Além disso, a companheira do suspeito colaborou com a polícia com outra informação importante, ajudando a localizar a camiseta que ele usava na hora do crime.
“Nós também conseguimos, através dessa informação da esposa do autor, saber aonde ele havia jogado a camiseta que ele usava no momento do crime. Ela nos informou o local, que também era nas imediações da rodoviária, e nós arrecadamos também essa camiseta para futuro confronto de material genético com o eventual material genético que tenha sido colhido lá pelo ML no momento do exame de necropsia”, finaliza o delegado.
Diante da consistência do depoimento e da importância dele para esclarecer os fatos, a mulher não é suspeita de participação no crime.
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