Policial rodoviário estadual tem R$ 4,5 milhões em bens bloqueados

por Redação RIC.com.br
com informações do Ministério Público do Paraná
Publicado em 24 jun 2022, às 23h07.

O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Goioerê, no centro-oeste do estado, e do núcleo de Umuarama do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), obteve decisão liminar do Juízo da Vara da Fazenda Pública de Goioerê determinando o bloqueio de R$ 4.563.746,87 em bens de um policial rodoviário estadual e sua esposa.

O policial é investigado a partir da Operação Força e Honra, por suspeita de envolvimento em atos de corrupção no exercício das funções no posto da Polícia Rodoviária Estadual de Cruzeiro do Oeste.

Conforme constatou o MPPR, embora o policial tenha vencimentos mensais de R$ 7.261,04, e sua esposa (professora da rede de ensino estadual) receba R$ 2.884,33 por mês, o casal apresentou grande acréscimo patrimonial, sem comprovação de origem. Ao longo do período analisado (2010 a 2021), os dois receberam juntos um total de R$ 964.884,48, valores incompatíveis com o patrimônio familiar.

Só os três veículos da família (o casal e seu filho) são avaliados em R$ 427 mil. O casal também adquiriu sete imóveis no período (cinco apartamentos e duas casas) e teve movimentações bancárias pouco acima de R$ 3,7 milhões.

Na investigação, o Ministério Público apontou indícios de corrupção envolvendo o policial, que resultou na prisão e outras medidas cautelares contra diversos outros policiais militares, autuados por improbidade administrativa. A Operação Força e Honra apurou o recebimento sistemático de propinas por parte dos policiais rodoviários estaduais para permitir a passagem de veículos transportando mercadorias de origem estrangeira sem o devido pagamento de tributos (descaminho) e, em outros casos, para facilitação do tráfico de drogas.

Em outras situações eventuais, apontou a investigação, os policiais liberaram os infratores. Mas ficavam com parte das mercadorias e as vendiam pra empresas especializadas em comércio de equipamentos eletrônicos. Os boletins eram preenchidos de forma genérica, para permitir a apropriação indevida das mercadorias.