Polícia acredita que incêndio em pátio da Prefeitura seja retaliação de criminosos
A Polícia Civil do Paraná acredita que o incêndio que destruiu 13 veículos em um pátio da Prefeitura de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, tenha sido uma retaliação de criminosos após a morte de um homem durante um confronto com a Polícia Militar. Na madrugada desta quinta-feira (2), dois suspeitos armados invadiram o pátio do município, renderam o vigilante e colocaram fogo em ônibus e caminhões usando garrafas com coquetel molotov.
O delegado Cassiano Aufiero, da delegacia de Campo Largo, afirmou que a equipe já está investigando o caso e espera que os suspeitos possam ser identificados em breve.
“Com relação a queima dos veículos da Prefeitura, podemos afirmar que a Polícia Civil já está no caso desde a madrugada, já foram acionados Criminalística e Instituto de Identificação, onde foram coletadas algumas evidências que serão confrontadas com alguns dados que nós possuímos. Tudo leva a crer que se trata de uma retaliação frente a uma ação policial efetuada na noite anterior, na madrugada anterior, contendo inclusive no local algumas ameaças aos órgãos públicos por parte desta quadrilha. Nós estamos investigando e acredito que nós próximos momentos já surjam os nomes dos suspeitos”,
detalhou Aufiero.
Além de queimar os veículos, os suspeitos também picharam ameaças em paredes das proximidades, dizendo “A RONE executa, o Estado finge que não vê, mas paga a conta”.
O confronto citado pelo delegado aconteceu na noite de terça-feira (30), em uma área de invasão na região de Nova Esperança. De acordo com a Polícia Militar, a equipe foi acionada por causa de um denúncia de que um homem estava armado no local e que ameaçava os moradores frequentemente. O suspeito teria atirado contra os policiais, que revidaram e o atingiram. O homem não resistiu aos ferimentos. Em nota, a PM informou que “durante o isolamento do local, pessoas tentaram furar o isolamento, atirando pedras e outros objetos contra as equipes”.
Veja a nota na íntegra:
“De acordo com as informações do Boletim de Ocorrência, uma equipe da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (RONE) recebeu a informação, através do setor de inteligência do BPChoque, que no endereço havia um homem com armas de fogo e que, rotineiramente, ameaçava moradores da região. Os policiais militares chegaram ao local, por volta das 22h40 de terça-feira (30/11), e o homem, ao perceber a presença policial, teria ameaçado a equipe dizendo que atiraria caso se aproximasse.
Ainda de acordo com o Boletim, neste momento, o homem teria feito um disparo de arma de fogo contra a equipe policial. Diante disso, os policiais militares entraram no imóvel e o suspeito atirou novamente, mas a equipe revidou e ele acabou atingido. O Siate foi acionado para prestar o devido atendimento médico, que constatou o óbito no local.
Os policiais militares ainda relataram no Boletim de Ocorrência que havia uma adolescente dentro da casa, a qual foi encaminhada como testemunha dos fatos. Ao todo, foram apreendidos pela PM uma pistola, de calibre .380, munições, três pinos de cocaína, R$ 2.469,00 em dinheiro, uma máquina de contar dinheiro e duas balaclavas em lã na cor preta.
Ainda segundo o Boletim de Ocorrência, durante o isolamento do local, pessoas tentaram furar o isolamento, atirando pedras e outros objetos contra as equipes. Diante dos fatos, foi necessária a utilização de meios não letais para conter a população.”
Incêndio criminoso
O vigilante Joelir Drula relatou que foi rendido por dois homens armados por volta das 2h. “Nunca aconteceu, já faz cinco anos que eu trabalho ali… chegou o cara e me levou lá para trás”, relatou. Ainda, ele contou que o estrago só não foi maior pois comparsas dos homens que estavam no pátio teriam pedido para que eles saíssem via rádio.
“Já foram tirando as garrafas da mochila, já foram acendendo e foram jogando lá dentro da viatura, e só pararam de jogar porque o outro acionou o rádio e mandou eles ‘vazarem’. O rádio deles tocou, e na gíria deles falaram ‘caiam fora, caiam fora'”,
contou o vigilante, abalado.
Veja o vídeo de como os veículos ficaram:
O prefeito de Campo Largo, Carlos Casagrande, disse que agora o transporte coletivo das crianças também acabou prejudicado e que o prejuízo do incêndio está avaliado em cerca de R$ 7 milhões.
“Um prejuízo enorme, mais de R$ 7 milhões de prejuízo para a prefeitura, quase 10% do nosso orçamento anual do município, interferindo no transporte escolar das nossas crianças, são três ônibus de acessibilidade, que fazem o transporte das nossas crianças com deficiência, APAE, outras entidades, Secretaria de Obras praticamente parou, com alguns caminhões queimados, total de 13 veículos danificados”,
informou Casagrande,