PF combate tráfico internacional de drogas no Paraná e em outros dois estados
Policiais federais cumprem 39 ordens judiciais em 12 cidades para desmantelar grupo criminosos que usava portos da Região Sul para enviar cocaína para Europa e África
A Polícia Federal (PF), com apoio da Receita Federal, realiza nesta terça-feira (13) a Operação Looping, que tem como objetivo combater organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas, que atua em portos da Região Sul do Brasil. A operação acontece em 12 cidades do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
De acordo com a PF, cerca de 150 policiais e seis auditores fiscais cumprem 27 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão. Além desses mandados, são cumpridas ainda ordens judiciais de arrecadação e sequestro de bens, que incluem 68 veículos, seis imóveis e o bloqueio de mais de 30 contas bancárias de integrantes do grupo criminoso.
Dos 12 mandados de prisão, três foram cumpridos em Curitiba, um em São José dos Pinhais, e um em Paranaguá, no Paraná. Os demais foram cumpridos em Santa Catarina (três em Itapoá e um em Criciúma) e em São Paulo (um em Santos, um no Guarujá, e outro em São Vicente). Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades catarinenses de Brusque, Itajaí e Navegantes, e em Praia Grande, no litoral paulista.
Organização criou empresas para encobrir crimes
Ao longo das investigações, a PF descobriu que a organização criminosa atuava de diversas maneiras para acobertar o tráfico de cocaína. Dessa maneira, os criminosos agiam desde a cooptação de funcionários dos portos, até a criação de empresas de logística e de carregamento e transporte de contêineres. Assim o grupo conseguia esconder a droga e embarcá-la nos navios.
“Eles usam carretas com fundos falsos. Essas carretas, com motoristas cooptados, ingressam em um determinado porto com a droga e outros traficantes escondidos. Dentro do pátio do porto eles fazem o transbordo da droga para um contêiner previamente preparado e já escaneado pela policia”, explica o delegado da PF Alessandro Netto Vieira.
A Polícia Federal identificou que o entorpecente era trazido da Bolívia e depois distribuído para diversos pontos. Posteriormente, parte da cocaína embarcava em navios que tinham como destino países da África e da Europa. Ao mesmo tempo, outra parte era distribuída ao redor do Brasil, abastecendo facções criminosas do tráfico para comercialização interna.
Operação aprendeu seis toneladas de cocaína
No curso das investigações, que culminaram na operação desta terça-feira, foram realizadas 22 apreensões de cocaína, totalizando aproximadamente seis toneladas da droga. Além disso, 16 pessoas foram presas em flagrante. Conforme a PF, nessas apreensões foram encontradas provas e indícios que levaram à identificação dos líderes do grupo criminoso.
Agora, de acordo com a polícia, os presos na Operação Looping poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas e de associação para o tráfico. A princípio, as penas podem chegar a 30 anos de prisão, dependendo da participação e do envolvimento nos crimes.
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