Mulher mata marido para ficar com coleção de cobras
Uma mulher matou o marido para poder ficar com sua coleção de cobras e posteriormente vendê-las. A autora do crime identificada como Lynlee Renick fez um plano para encobrir a morte do companheiro com a ajuda do ex-marido. A morte deveria simular um ataque de serpentes.
No dia 8 de junho de 2017, Lynlee ligou para a polícia para informar que o marido Ben Renick de 29 anos estava de bruços em uma poça de sangue. Ela disse para as autoridades que havia encontrado o corpo dele nas instalações onde Ben abrigava as cobras. O local tinha mais de 3 mil répteis,
“Alguém ser morto por uma cobra não é algo que acontece todos os dias, especialmente no Missouri”,
disse o legista Dave Colbert.
A cena do crime simulava que Ben havia sido atacado pelas cobras. Contudo, após examinar o corpo foi identificado que a vítima havia levado oito tiros à queima roupa.
Lynlee e Ben se casaram em 2014, mas já se conheciam desde a adolescência. Lynlee teve um filho de um relacionamento anterior. O irmão da vítima Sam Renick, disse que Ben se tornou um segundo pai para a criança. Um tempo depois, o casal teve seu primeiro filho juntos.
No ano do crime, o negócio de cobras de Ben Renick foi um grande sucesso. Ele estava enviando suas cobras ao redor do mundo e estava viajando para convenções de répteis. Ao perceber que poderia ganhar dinheiro com seu hobbies, Ben planejou vender algumas das cobras.
De acordo com Sam, o irmão pretendia vender a maior parte da coleção de pítons por aproximadamente U$ 1, 2 milhão. Segundo os familiares, o casal recebeu U$ 200,00 mas em seguida Ben foi assassinado.
Os investigadores começaram a analisar a teoria de que o assassinato de Ben pode ter sido um roubo que deu errado, mas descartaram, pois nenhuma cobra estava faltando no local. A partir deste momento, foi que as investigações começaram a avaliar as pessoas próximas da vítima.
“Nós definitivamente não queríamos excluir ninguém de ser um possível suspeito. … Eu não sabia se Sam estava envolvido. Não sabia se Lynlee estava envolvida”
disse Dave.
Durante seu depoimento, Lynlee fez uma afirmação, dizendo que Sam poderia ter um motivo para matar seu irmão. Ela disse que o marido pretendia vender a propriedade da família e alegou que Sam estava chateado com isso. Porém, Sam foi descartado após cooperar com as investigações e o teste de resíduos de armas resultou em negativo.
Enquanto as investigações seguiam, a comunidade que acompanhava o trabalho de Ben realizaram um leilão para arrecadar dinheiro para a família de Ben. A ação conseguiu mais de U$ 40,000.
Apenas dez dias após o assassinato, Lynlee confessou que tinha um amante. A partir deste momento, as autoridades tiveram acesso às mensagens no Facebook de Lynlee. Foi descoberto que o spa que ela comandava estava com problemas financeiros e ela escondeu isso do marido. Pouco antes de morrer, Ben enviou uma mensagem pedindo pra que ela parasse de esconder as coisas dele.
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“Chega de mentir, chega de esconder as coisas de mim, chega de não pagar as pessoas e pensar que não há problema em pagar depois”,
escreveu Ben.
A infidelidade de Lynlee foi um ponto para os investigadores que encontraram Michael Humphrey, um antigo ex-namorado e ex-presidiário que havia deixado a cada há pouco tempo. Foi descoberto que ela estava trocando mensagens com Michael e inclusive ligou para ele no dia em que seu marido foi assassinado. Mesmo com as trocas de mensagens e situações suspeitas Lynlee não foi presa, pois não haviam provas que ligasse ela ao crime.
O caso ficou parado por mais de três anos, até que em 2020, Brandon Blackwell, o novo parceiro de Lynlee procurou a polícia afirmando que estava com medo de ser morto por ela. E disse que ela havia confessado que teria tentado matar o marido envenenado com a ajuda de uma funcionária que trabalhava para ela, mas que sua tentativa foi frustrada. Então, ela procurou o ex-namorado Michael Humphrey para armar outro plano.
“Eles dirigiram até a fazenda, ele tinha luvas, ele tinha uma arma de fogo, o plano era que ele fizesse isso. Eles chegam lá, ele entrega a arma para ela e diz que não se sente à vontade para fazer… é algo que ela tem que cuidar. Ela entra com uma arma e atira nele várias vezes”,
disse Brandon.
Com o depoimento de Brandon, o caso foi reaberto, a funcionária identificada como Ashley foi interrogada e a polícia conseguiu a confissão.
“Ela (Lynlee) disse que Michael ficou – muito nervoso, ou não queria fazê-lo, e então ele lhe entregou a arma, e ela realmente o matou, ela disse que colocou a arma nas costas dele e atirou nele várias vezes”
disse Ashley.
Contudo, durante o julgamento realizado no final de 2021, Lynlee negou que atirou no marido e culpou o ex-namorado Michael.
“Eu andei bem atrás de Michael… E então ele se virou, e eu vi uma arma em suas mãos, e então ouvi tiros soaram. E eu gritei e corri para fora. E então ouvi mais tiros, e tudo ficou dormente. E eu me lembro de olhar para as árvores, (expira) e então Michael correndo para fora da instalação e me empurrando em direção ao carro”,
disse a acusada
A mulher alegou que no momento estava em choque, e por isso não contou a verdade aos investigadores, mas disse que isso não significava assassinato. Mesmo com todos os argumentos, Lynlee não conseguiu convencer os jurados.
O júri condenou Lynlee por assassinato em segundo grau, punição por ação criminosa. Agora, ela terá que cumprir 16 anos de prisão. As informações são da CBS News.