Morre quarta vítima de ataque em escolas do Espírito Santo; professora tinha 38 anos
A professora Flávia Amboss Marcon Leonardo, de 38 anos, morreu após ser baleada durante um atentado que aconteceu em duas escolas do Espírito Santo, nesta sexta-feira (25). A educadora foi atingida por disparos e foi encaminhada Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves (HEJSN), onde passou por uma cirurgia. Neste sábado (26), a instituição confirmou o óbito.
Com a morte de Flávia, o número de vítimas no atentado sobe para quatro. As professoras Maria Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos, e Cybelle Passos Bezerra, 45 anos, e a estudante Selena Zagrillo, 12 anos, morreram no dia do ataque. Outras nove pessoas ficaram feridas.
Adolescente deve responder pelos disparos
A Polícia Civil do Espírito Santo anunciou que o jovem de 16 anos responsável pelo ataque contra duas escolas na cidade de Aracruz, na sexta feira (25), deverá responder por ato infracional correspondente aos crimes de nove tentativas de homicídio qualificada e quatro homicídios qualificados, todos com o agravante de por motivo fútil e com impossibilidade de defesa da vítima.
Ainda de acordo com a polícia, ele foi encaminhado ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo, em Cariacica, na Grande Vitória. As armas apreendidas foram encaminhadas para o setor do Departamento de Criminalística, juntamente com as munições.
Segundo a apuração da Polícia Civil do Estado, o autor do ataque a duas escolas usou a arma do pai, um policial militar, na ação que deixou três professoras e uma aluna de 12 anos mortas. Em entrevista, o governador reeleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou que a família estava chocada com as atitudes do atirador e colaborou para garantir a apreensão dele depois da chegada da polícia.
“Segundo informações preliminares, obtidas por imagens, o criminoso estava sozinho e arrombou um cadeado para ter acesso à primeira escola. Próximo ao acesso do portão, estava a sala dos professores. Ele teve acesso direto à sala, no momento do intervalo, e assim surpreendeu e vitimou os professores”, afirmou o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, coronel Márcio Celante.
Ataque em escola do ES
Eram cerca de 9h30 quando o atirador chegou na primeira escola, de ensino fundamental, nesta sexta-feira (25). Segundo imagens de câmeras de segurança, ele usava uma roupa camuflada, um capuz e uma máscara de caveira Armado com uma pistola, ele tinha carregadores de munição e, ao invadir a escola, chegou primeiro na sala dos professores, onde começou a atirar. Duas professoras morreram no local.
Pouco depois, o atirador entrou em um Renault Duster dourado e foi para a segunda escola, particular. No local, ele se dirigiu ao segundo andar do prédio, entrou em uma das salas de aula e começou a atirar em alunos que estavam próximos à entrada da sala. Uma estudante de 12 anos morreu.
Depois da identificação do proprietário do carro, a polícia seguiu para a casa do adolescente, que confessou o crime à Polícia Civil, e entregou todos os itens usados nos ataques, como a roupa camuflada com uma suástica nazista que vestia, além das armas. “Ele tinha uma pistola .40 do Estado, da Polícia Militar, que era do pai, e um revólver 38 particular, além de três carregadores”, disse Renato Casagrande em entrevista sobre o caso.
O adolescente tem 16 anos e estudou até junho deste ano no primeiro colégio a ser invadido, a Escola Estadual Primo Bitti, que fica no bairro Coqueiral e distante cerca de um quilômetro do Centro Educacional Praia de Coqueiral, a outra unidade escolar atingida.
Segundo a polícia, ele ainda revelou que planejava o ataque havia dois anos, mas alegou não revelou ter qualquer motivação específica para a ação.