Mais cinco testemunhas de acusação são ouvidas durante júri popular do assassinato da psicóloga Melissa

por Julia Cappeletto
com informações de Daniela Sevieri e supervisão de Caroline Berticelli, da RIC Record TV Curitiba
Publicado em 24 ago 2021, às 16h21. Atualizado às 16h25.

Mais cinco testemunhas de acusação foram ouvidas na manhã desta terça-feira (24) no júri popular do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, ocorrido em Cascavel, no oeste do Paraná. O Tribunal do Júri, que teve início na segunda-feira (23), deve ouvir ao menos 25 testemunhas durante três dias.

O julgamento é realizado no prédio da Justiça Federal em Curitiba, capital do estado. Ao todo, sete testemunhas de acusação já passaram pelas oitivas desde o início do júri.

No primeiro dia, a vítima sobrevivente do crime, o policial civil Rogério Ferrarezzi e marido de Melissa deu depoimento no tribunal. Por determinação da juíza, tanto a acusação quanto a defesa não puderam realizar questionamentos a ele por questões médicas. A segunda pessoa a ser ouvida no júri foi o delegado da Polícia Federal (PF) Marco Smith, responsável pelas investigações do caso. Um civil que era proprietário de uma residência alugada pelos acusados também passou pelas oitivas.

O crime

A psicóloga Melissa de Almeida Araújo, de 37 anos, foi assassinada quando chegava em casa, juntamente, com o marido e o filho, à época com 10 meses, no dia 25 de maio de 2017.

Os atiradores estavam dentro de um carro, que seguiu a vítima. Armados com pistolas 9mm, modificadas para rajadas de 30 tiros, eles foram em direção ao veículo no momento em que ela estacionava e dispararam contra o casal.

Rogério conseguiu reagir e, mesmo ferido com vários disparos, matou um dos envolvidos. Já Melissa foi morta dentro da residência, para onde havia corrido, com dois tiros na face. A criança não ficou ferida.

Motivação

Melissa era psicóloga da Penitenciária Federal de Catanduvas, também no oeste do Paraná, desde 2009 e, de acordo com a investigação, foi morta a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital). O assassinato seria parte de uma ação para desestabilizar os sistemas prisionais de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).

A organização criminosa considerava que o regime aplicado nessas unidades era opressor e não aceitava a falta de regalias ilícitas para os detentos como, por exemplo, a entrada de celulares.

Melissa foi escolhida por se considerada um alvo fácil e, antes dela, outros dois agentes penitenciários já haviam sido executados pela facção:

  • Alex Belarmino Almeida Silva, agente penitenciário de Catanduvas, foi morto com 23 disparos de arma de fogo ao ter seu veículo interceptado nas proximidades do Lago Municipal de Cascavel no dia 02 de setembro de 2016.
  • Henry Charles Gama Filho, agente penitenciário de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi assassinado em um bar da cidade no dia 14 de abril de 2017

Acusados

Ao todo, cinco pessoas foram acusadas pelo Ministério Público do Paraná (MP/PR) de envolvimento no crime. São eles:

  • Edy Carlos Cazarim: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito, receptação dolosa e incêndio doloso;
  • Wellington Freitas da Rocha: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, organização criminosa, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito, e receptação dolosa;
  • Elnatan Chagas de Carvalho: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito;
  • Roberto Soriano: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado;
  • Andressa Silva dos Santos: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa.