Locais inusitados onde foram encontradas drogas no PR; como a polícia descobre?
O porta-voz da Polícia Rodoviária Federal conta que nas ações da polícia já foram encontradas drogas até em cadeirinhas de bebês
No primeiro trimestre de 2024, o Paraná foi o estado com mais apreensões de maconha no Brasil, com 51,5 toneladas retiradas de circulação. Já o primeiro semestre totalizou 221,3 toneladas de maconha apreendidas no estado, um aumento de 17,27% em comparação ao mesmo período de 2023.
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Além da maconha, também houve crescimento na apreensão de outras drogas. As apreensões de cocaína subiram 60,52%, totalizando 2,8 toneladas. Enquanto o crack registrou um aumento ainda maior, com 88,91% a mais de apreensões em relação ao ano anterior.
Por possuir um alto valor, o número de cocaína apreendida é bem inferior ao da maconha, por exemplo. Segundo especialistas, os traficantes acabam transportando em pouca quantidade na hipótese de perder a droga.
A posição geográfica do Paraná, que faz fronteira com países como Paraguai e Argentina, acaba sendo estratégica e facilita o escoamento de drogas para o interior do Brasil, tornando o estado um ponto crítico para o tráfico.
De acordo com Maciel Junior, porta-voz da Polícia Rodoviária Federal no Paraná (PRF), as drogas geralmente acabam passando primeiro nos pontos monitorados pela PRF, devido ao orgão atuar em rodovias e estradas.
Sofisticação do crime no transporte das drogas
A apreensão de drogas como a cocaína e a maconha tem se tornado cada vez mais desafiadora devido às técnicas sofisticadas usadas pelos traficantes. Maciel conta que nas ações da polícia já foram encontradas drogas nos mais diversos e inusitados locais, “todo lugar que você imaginar a polícia já encontrou”.
Cadeirinha de bebê: em uma situação específica, o suspeito levava a esposa e o filho junto no carro para tentar despistar a fiscalização. A droga estava embaixo da cadeirinha da criança.
Longarinas de caminhão-prancha: em uma situação mais recente, a polícia encontrou 245 kg de cocaína escondidos nas longarinas de um caminhão-prancha na PR-463, próximo a Colorado, na região de Maringá. A apreensão ocorreu após uma denúncia sobre o comportamento suspeito do veículo.
Dentro de bateria de carro: aqui o objeto havia sido desmontado no intuito de colocar a droga dentro.
Outros locais inusitados que Maciel comenta são: teto falso de kombi, pneu rodando de caminhão, fundo falso de bau, banco de carro, dentro de porta e, até mesmo, tanque de combustível do automóvel.
Como a polícia encontra essas drogas?
Além de investir na capacitação dos policiais, Maciel conta que a PRF, por exemplo, utiliza cães farejadores e scanners modernos. Essa tecnologia consegue captar matéria orgânica mesmo com o carro em movimento e tem sido fundamental para economizar tempo e esforço.
Denúncias anônimas também desempenham um papel crucial no combate ao tráfico, fornecendo informações que podem ser importantes para a abordagem bem-sucedida de veículos suspeitos.
Apesar de toda a tecnologia disponível, o trabalho do policial continua sendo insubstituível. O porta-voz comenta que o treinamento dos polícias os torna especialistas em detectar sinais duvidosos durante conversas com motoristas. Muitas vezes são essas suspeitas que levam a uma inspeção mais precisa.
No entanto, as ferramentas e tecnologias tornam o processo de fiscalização mais eficiente e menos cansativo, permitindo que ocorrências que poderiam levar horas sejam resolvidas em questão de minutos com a ajuda de scanners e cães farejadores.
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