Justiça prorroga prisão de suspeito de matar e enterrar a mãe no quintal de casa
Jovem de 22 anos foi preso preventivamente dias após o corpo de Ivanete Bispo dos Santos Zanardine ser encontrado
A Justiça prorrogou a prisão do suspeito do assassinato de Ivanete Bispo dos Santos Zanardine. Assim, o jovem João Carlos Octávio, de 22 anos, que é filho da vítima, permanecerá na cadeia até a conclusão das investigações. Conhecida como “dona Pituca” pelos vizinhos, a mulher de 50 anos era bastante religiosa e dedicada à família.
O filho de Ivanete foi preso dias após o corpo da mãe ser encontrado enterrado no quintal da casa onde os dois moravam, na Cidade Industrial de Curitiba. Ele teve a prisão temporária decretada após as primeiras investigações apontarem a autoria do crime. O período de 30 dias de prisão estava prestes a vencer, mas a Justiça atendeu ao pedido da delegada responsável pelas investigações, estendendo o prazo por mais um mês.
Apesar das evidências colhidas até o momento apontarem a autoria do crime, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) ainda busca esclarecer os detalhes da morte. Até mesmo porque a autópsia do corpo da vítima revelou que ela foi enterrada sem diversos órgãos. Diante disso, Leonardo Mestre, o advogado que representa as três outras filhas da vítima aponta ao menos três possibilidades a serem investigadas: ritual, tráfico de órgãos e canibalismo.
Investigações visam esclarecer circunstâncias do crime
Tais hipóteses não são descartadas pela Polícia Civil, que segue em busca de mais informações que possam colaborar para desvendar esse mistério. No entanto, a delegada acredita que o crime ocorreu no dia em que os familiares tiveram o último contato com a “dona Pituca”. Na mesma noite, mãe e filho tiveram uma discussão, que foi presenciada pela mãe de Ivanete, uma idosa de 83 anos, que é cega.
“Tudo indica que depois do dia da briga dos dois, a senhora Ivanete não saiu da casa. Não tem nenhum indício que ela tenha viajado, que ela tenha ido para qualquer local depois dessa situação ocorrida no dia 26 de julho, que foi a data que os dois tiveram uma discussão, pelo que foi levantado, por causa da comida dos cachorros”, conta a delegada Emanuele Siqueira.
Filho afirma que não teve contato com a mãe após discussão
No entanto, o filho apresenta outra versão, que seria confirmada por uma mensagem que foi enviada à uma de suas irmãs por meio de uma rede social de Ivanete. A mensagem, do dia 7 de agosto, dizia que Pituca havia viajado. “Oii Lu tudo bem? Ainda Deus não ordenou minha volta estou mandando mensagem por aki pq meu chip foi cancelado por falta de crédito e também tinha 2 faturas atrasadas. Mas a vó tá bem? O João tá cuidando bem dela? Eu estou bem, o céu aberto e Deus muito presente na minha vida”, dizia o texto. Para a família, essa mensagem foi escrita por alguém que tentava se passar por Ivanete.
Para a polícia, o suspeito afirma não saber o que aconteceu com a mãe após a noite da briga. “Ele fala que a mãe teria dormido e que não viu mais ela depois disto, depois que ela dormiu na casa. E quando ele foi ouvido, logo após a localização do corpo, na Delegacia de Homicídios, ele não quis falar. Então, nas conversas informais, ele não manifestou nenhuma reação, não fez nenhum comentário sobre isso. Quando questionado, mesmo que informalmente, ele não faz nenhum comentário”.
Causa da morte ainda não foi esclarecida
Ainda assim, a delegada afirma que as evidências apontam que o crime ocorreu mesmo naquela noite. Uma das hipóteses é que a vítima tenha morrido por esganadura, já que não foram encontrados ferimentos de outras naturezas nos restos mortais de Ivanete.
“Não tem nenhum osso quebrado, não foi com arma de fogo. Então nós estamos trabalhando com essas informações que o legista conseguiu extrair dos restos mortais”, conta a delegada, que acredita que o suspeito pode ter dopado a avó com uma dose maior dos remédios que ela tomava. “Há essa suspeita de que até possa ter dado um medicamento a mais para ela, que acabou não ouvindo [nada de diferente]. Porque ela alega que a briga que ela ouviu não era tão agressiva a ponto de resultar numa morte. Mas, não se sabe o que poderia ter acontecido que interferiu nessa percepção dela”.
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