Júri decide que ex-companheiro de Márcia Aparecida não cometeu feminicídio

por Bruna Melo
com informações de Ana Contato, da RIC Record TV Londrina
Publicado em 26 maio 2021, às 11h29. Atualizado às 11h31.

Em decisão tomada pelo Tribunal de Júri da Comarca de Londrina, o ex-companheiro de Márcia Aparecida é inocentado da acusação de feminicídio apresentada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). O corpo de jurados condenou Donizete Alves Pereira, de 54 anos, a homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O crime aconteceu em 2015, na área rural de Tamarana, norte do estado.

Donizete deve cumprir, após sentença nesta terça-feira (25), um ano em regime aberto. Foram quase duas horas de argumentação do advogado de defesa do réu. Ele alegou ter sido um acidente a morte da ex-companheira. Márcia, que na época tinha 36 anos, morreu após ser atingida por uma roçadeira em diversas partes do corpo.

Durante o julgamento, grupos estiveram em frente ao Fórum de Londrina manifestando sobre o caso. Pela manhã, familiares de Donizete entraram em defesa do acusado. Na parte da tarde, Observatório de Feminicídios de Londrina – Néias, junto da Frente Feminista, se mobilizaram em defesa à condenação pelo crime de feminicídio.

Em notam o Observatório de Feminicídios de Londrina disse que a “Corte Internacional de Direitos Humanos vem difundindo uma abordagem que se chama ‘vitomologia'”.

Dar visibilidade à vítima é uma condição para a promoção da justiça. É preciso compreender a origem dos fatos que colocaram aquela pessoa na condição de vítima. Para isso, a vítima deve ganhar destaque no processo criminal. Ela deve ser compreendida em diferentes planos, como social, psicológico, econômico e jurídico. […] Sem isso, desumanizamos as vítimas, convertemo-las em objetos, e realizamos julgamentos sobre tecnicidades em torno da conduta do réu.

escreveu o Observatório de Feminicídios de Londrina – Néias