O interrogatório foi marcado para o dia 13 de dezembro; ele é réu pela morte da mulher Tatiane Spitzner, em Guarapuava, no dia 22 de julho

O interrogatório de Luis Felipe Manvailer foi marcado para o dia 13 de dezembro. Ele é réu pela morte da mulher Tatiane Spitzner, em Guarapuava, na Região Central do Paraná, no dia 22 de julho.

A decisão foi publicada na última segunda-feira (22), pela juíza Paola Mancini. No despacho, a juíza negou o pedido da defesa de Manvailer para que a denúncia fosse considerada improcedente. As testemunhas devem ser ouvidas no dia 11 de dezembro.

A defesa do suspeito, que está preso há três meses, alega que os fatos não estão ‘adequadamente descritos, o que dificulta o exercício da ampla defesa’. Segundo a decisão, não existem motivos justificáveis para que seja declarada a inépcia de denúncia. A família da vítima deve acompanhar o interrogatório.

Tatiane Spitzner cai de apartamento

A vítima foi encontrada morta pela polícia dentro do próprio apartamento onde vivia com o marido na madrugada, por volta das 3h, do dia 22 de julho, após sofrer uma queda do quarto andar do prédio. Ao atender o chamado, policiais encontraram manchas de sangue na calçada e nos corredores do edifício.

Segundo as investigações, horas antes, Luis Felipe estava em uma casa noturna comemorando seu aniversário com a esposa quando ela pediu para ver o celular do marido. Com a negativa de Luis, uma discussão teria iniciado e se agravado após a chegada dos dois no apartamento onde viviam. Em depoimento, Manvailer disse à polícia que a briga continuou em casa e que Tatiane foi para a sacada do apartamento e se jogou. A versão é contestada pela acusação, que acredita que o marido jogou Tatiane.

Após a queda da jovem, Luis Felipe desceu até a frente do prédio e foi flagrado por um vizinho no momento em que carregava o corpo da esposa de volta para o apartamento. Na época, uma testemunha contou à equipe da RICTV |Record TV que presenciou partes do acontecimento. “De onde eu estava de cima, não dava para ver o corpo dela, porque ela caiu do lado do meu carro. Nisso, eu vi que o Luis Felipe saiu chorando de lá.. não sei o que ele foi fazer. Eu desci correndo e foi aí que eu chamei o bombeiro. O bombeiro não atendeu e, aí, eu falei para ele: ‘deixa aí que eu to chamando o bombeiro’. Ele me olhou e disse: “Não adianta, ela já está morta”, contou.

Manvailer agrediu Tatiane

Câmeras de segurança do prédio flagraram inúmeras agressões de Manvailer contra Tatiane, desde a chegada de ambos na frente do edifício, no estacionamento e no elevador. Também foi filmado o momento que o jovem carrega a esposa morta de volta ao apartamento e limpa o sangue do elevador (assista abaixo). Todas foram anexadas ao processo de acusação do MP-PR.

Existem ainda imagens que mostram o marido da advogada fugindo do local após o ocorrido. Luis pegou o carro da esposa e seguiu sentindo Foz do Iguaçu, no oeste do estado e na divisa com o Paraguai. Porém, acabou se envolvendo em um acidente de trânsito na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, próximo de Foz, abandonou o veículo e foi preso ao ser flagrado vagando às margens rodovia.

Tatiane queria se separar de marido

A irmã da vítima, Luana Spitzner, contou que na noite do crime, a irmã confessou que queria se separar de Luís Felipe Manvailer. Na noite da morte, o casal e os amigos tinham ido à uma boate para comemorar o aniversário do suspeito. “Eu percebi que ele estava um em um canto, ela outro no outro. Deu pra ver que eles não estavam bem. Ela estava aproveitando a festa com os amigos dela e ele estava no canto dele. Aí uma hora ela sentou no sofá comigo e falou: ‘Lu, agora eu vou divorciar, eu quero divorciar’. E eu falei: ‘claro Tati, faça o que você achar melhor’”, contou Luana Spitzner.

Assista o depoimento da irmã sobre o dia do crime!

Ferimento no osso hioide da advogada

Um laudo do Ministério Público (MP-PR), feito pelo Instituto de Criminalística, já apontava que a advogada apresentava um ferimento no osso hioide, típico de quando ocorre asfixia ou estrangulamento na vítima. No documento se lê: “estigmas ungueais nas regiões laterais do pescoço, característica de esganadura, além de fratura, de percepção palpável, do osso hióide”.

O osso hioide fica na parte anterior ao pescoço, um pouco abaixo da mandíbula e à frente da porção cervical da coluna vertebral.