Homem que agrediu músico em Curitiba disse ter “pavio curto” e conta com histórico de violência
O apelido do homem que agrediu o músico Odivaldo Carlos da Silva, o “Neno”, em Curitiba, na semana passada, é sugestivo: “Paulo Tonfa”. A denominação do segurança Paulo Bezerra, ele mesmo explica, dizendo que tonfa é o equipamento de segurança, parecido com um cassetete, que ele utiliza para quando “o cara não sai”, quando ele manda.
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Essa foi a arma utilizada para agredir Neno, na semana passada. Além da agressão, o músico foi vítima de racismo, com xingamentos de “negro”, “macaco”, e frases como “morador de rua tem que morrer”. A vítima pensou em continuar andando e ignorar as ofensas, até que recebeu a agressão no rosto dada com a tonfa.
O segurança garante que não é racista, disse que não chamou o músico de negro, nem de macaco, e que ele apanharia de qualquer jeito, se fosse preto, branco ou amarelo. Paulo alega que a confusão entre ele e o músico já vinha de muito antes, desde um desentendimento dois meses atrás com Neno e mais dois amigos, num bar da região central de Curitiba.
Paulo disse que brigou com outros homens, mas que Neno tomou as dores. Na ocasião, o segurança brigou com os homens, que saíram bem machucados.
Histórico de agressões
Porém há histórico de outras agressões envolvendo Paulo. Em 2019, ele agrediu um homem num carrinho de hot dog no bairro Santa Felicidade, em Curitiba. A vítima chegou a ficar entre a vida a morte no hospital.
Paulo agrediu a vítima com uma barra de ferro. Era um empresário, que havia parado em frente ao hot dog para aguardar um carro de aplicativo. Mesmo depois da vítima caída ao chão com as agressões, o segurança continua batendo.
Algumas pessoas que estavam no local tentaram impedir. Mas a vítima, Dionilso Dias, passou por seis cirurgias no braço e na cabeça. Sem contar os danos psicológicos. O empresário diz que até hoje sofre com crises de pânico, medo e dificuldade para dormir.
Neste caso, o segurança também tenta se explicar. Ele disse que Dionilso chegou para falar com ele e já colocou a mão dentro da jaqueta, identificando-se como policial e ameaçando pegar uma arma. Para supostamente não levar tiro, Paulo alega que foi no carro, pegou uma barra de ferro e agrediu a vítima. Por este crime, o segurança já foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná por tentativa de homicídio.
A expectativa do advogado da vítima, Igor Ogar, é que o réu vá a júri popular e que seja logo preso.
A RICtv ainda teve acesso a outra imagem de câmera de segurança, que mostra Paulo agredindo outra pessoa no centro de Curitiba, um dia antes de agredir o músico “Neno”. Da mesma forma, ele bateu contra a pessoa com uma tonfa e incitou que um cão mordesse a vítima.