Guerra da Ucrânia completa seis meses nesta quarta-feira (24)
Nesta quarta-feira (24) a Guerra da Ucrânia completa seis meses. O conflito se iniciou no dia 24 de fevereiro de 2022 e desde então não foi interrompido. A invasão aconteceu pelo Sul, Oeste e Norte do país, onde a coluna de 63 quilômetros de tanque foi destruída pela Rússia, liderada pelo presidente Vladimir Putin. Os armamentos remanescentes foram levados ao leste do território.
A região Sul tem sido extremamente atacada pela Rússia, que vem avançando pela cidade de Kherson e abrindo focos de ataques pela região da Crimeia. Segundo Vitorio Sorotiuk, Presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira, a Comunidade Ucraniana enxerga esse conflito como uma guerra de agressão imperialista da Rússia, contra um país soberano.
“Não há perspectiva de paz a curto prazo, quem conhece a Rússia historicamente sabe como é seu modo de agir, mas a Ucrânia vem resistindo. Neste sexto mês de afirmação a resistência, Vladimir Putin e sua camarilha esperavam que em 15 dias eles teriam um governo completo em cima da Ucrânia”,
disse o presidente.
Vitorio diz que a Ucrânia vai continuar resistindo, destacando o país como uma “identidade cultural forte, que se construiu durante a independência em 1991 e tem enfrentado uma nação com visão euroasiática e quer se constituir no império”. Além disso, ele relata que a comunidade brasileira tem apoiado os ucranianos neste período de tensão com o auxílio de estados brasileiros, como São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Também foram feitas coletas expressivas financeiras e repassadas ao Ministério da Saúde da Ucrânia, e apoio de entidades, como o Hospital Pequeno Príncipe, maior hospital infantil da América do Sul, em Curitiba (PR).
Comunidade Ucraniana no Paraná
Além da chegada dos refugiados no Paraná recentemente. Por volta de 1984 os ucranianos também vieram em massa para o estado quando deixaram a Província da Galícia, no extremo Leste do e império austro-húngaro. Foram atraídos pelos agentes das companhias de navegação que faziam rotas para as Américas, onde Brasil e Canadá eram as principais opções de destino.
Em Prudentópolis, conhecida como o coração da Ucrânia no Brasil, é a cidade com a maior quantidade de habitantes ucranianos no país. Estima-se que 75% da cidade de 52 mil habitantes sejam descendentes de imigrantes ucranianos que chegaram durante o século 19. Os outros 25% são divididos entre descendentes de poloneses, alemães, italianos e alguns brasileiros misturados.
Nesta quarta-feira (24), a Igreja Nossa Senhora Auxiliadora irá realizar uma missa solene em homenagem ao 31º aniversário de Renovação da Independência da Ucrânia. O culto se inicia às 19h, na Rua Martin Afonso, 441, em Curitiba.
Entenda a guerra
A Guerra da Ucrânia se iniciou em 24 de fevereiro de 2022. Sem previsão de término, o conflito segue fazendo vítimas. De acordo com as Forças Armadas da Ucrânia, quase nove mil militares ucranianos foram mortos até a última segunda-feira (22).
A invasão, nomeada pelos russos como “operação militar especial”, teve como suposta motivação conflitos históricos de Donbass, no leste ucraniano. No ano passado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar com uma série de exigências. Dentre elas, destaca-se a garantia de que a Ucrânia nunca entrou na Otan. As negociações não avançaram e o acúmulo de forças militares na fronteira da Rússia com a Ucrânia foi intensificado.
Como resposta, a Ucrânia estabeleceu imposições de sanções econômicas severas ao país vizinho. O governo ucraniano também pressionou nações ocidentais para obter apoio militar e humanitário, além da tentativa de negociação da entrada do país na União Europeia e na Otan, que posteriormente foi um pedido abdicado pelo governo Ucraniano.
O general Valeriy Zaluzhnyi, comandante em chefe das Forças Armadas, declarou em uma conferência de homenagem aos veteranos militares e às famílias dos mortos que as crianças, em especial, precisam de proteção em diversas regiões do país.
“Elas realmente não entendem nada do que está acontecendo e definitivamente precisam de proteção… porque seu pai foi para o front e possivelmente está entre os quase 9 mil heróis que foram mortos”,
afirmou o general.
O número de militares russos mortos em combate e de civis do país inimigo que morreram em decorrência do conflito não foram divulgados. A estimativa do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia é de que 45.400 militares russos foram mortos. A Rússia não informou quantos dos seus soldados morreram na guerra.