Massacre contabiliza 272 civis mortos, segundo governo do Congo

Publicado em 5 dez 2022, às 18h44. Atualizado às 18h51.

Por Paul Lorgerie

KINSHASA (Reuters) – O governo da República Democrática do Congo disse nesta segunda-feira que 272 civis foram mortos em um massacre na cidade de Kishishe, no leste do país, na semana passada, elevando o número de mortos de uma estimativa anterior de 50.

O governo atribuiu as mortes ao grupo rebelde M23, que negou responsabilidade. O governo também disse que os rebeldes eram apoiados por membros do Exército ruandês, uma acusação frequente do governo congolês que Ruanda sempre nega.

As autoridades ruandesas não foram encontradas para comentar.

O Exército do Congo e o M23, uma milícia liderada por membros da etnia tutsi, estão travando combates há meses no leste do país.

O suposto massacre ocorreu em 29 de novembro em Kishishe, na província de Kivu do Norte. O número de mortos foi anunciado pelo ministro da Indústria congolês, Julien Paluku, falando em uma coletiva de imprensa com o porta-voz do governo, Patrick Muyaya.

“Não posso dar detalhes do ataque. Uma investigação foi aberta pelo procurador-geral e estamos aguardando os resultados dos investigadores”, disse Muyaya.

“O que sabemos é que crianças foram mortas em uma igreja adventista e em um hospital”, disse ele.

A Organização das Nações Unidas disse na semana passada que recebeu relatos de um grande número de vítimas civis durante os confrontos entre o M23 e as milícias locais em Kishishe, mas não ofereceu números.

(Reportagem adicional de Sonia Rolley, George Obulutsa e Clement Uwiringiyimana)

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