FUP: pelo menos 4 refinarias da Petrobras estão na mira de atos antidemocráticos
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) mapeou a evolução das manifestações políticas nas unidades da Petrobras por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Pelas redes sociais, o grupo convocou novos atos contra o atual governo em refinarias da empresa, com foco na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, na segunda-feira, 9.
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No Paraná, a distribuidora da refinaria Getúlio Vargas (Repar), que fica em Araucária, no Paraná, já teve sua entrada bloqueada por manifestantes na noite de domingo (8). Eles jogaram caminhões de terra nas entradas e arrancaram blocos de paralelepípedo do calçamento e os amontoaram na frente da guarita.
A polícia conversou com os manifestantes, mas os ânimos ficaram acirrados e os extremistas decidiram bloquear a rodovia em frente à refinaria, a PR-476 (Rodovia do Xisto), na madrugada. A polícia utilizou bombas de efeito moral para dispersar a bagunça. Em seguida, a pista foi liberada e os manifestantes dispersaram.
Vandalismo em Brasília
A manifestação acontece um dia depois de atos de depredação em Brasília, praticados por bolsonaristas, que não aceitam o resultado das eleições presidenciais. Em poucas horas, milhares de extremistas destruíram prédios públicos, feriram pessoas e animais, e roubaram armas. “Hoje não teve a presença de manifestantes na Reduc. Mas cabe destacar diversas mensagens circulando nas redes sociais convidando a presença de manifestantes na Reduc e em distribuidoras de combustíveis em Caxias. A polícia militar está no local”, informou a FUP.
O objetivo da convocação antidemocrática é bloquear o acesso de caminhões-tanque nas bases das empresas distribuidoras de combustíveis, sob o argumento de que sem combustível o Brasil vai parar.
Segundo a FUP, um batalhão de choque está a caminho da Reduc e passará a noite em vigília para evitar a aproximação dos bolsonaristas. Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o prefeito da cidade, Eduardo Paes, já haviam informado que a segurança do entorno da refinaria seria reforçada.
De acordo com relatório da FUP, no início da manhã deste domingo a Polícia Militar precisou negociar com manifestantes que acamparam próximo à Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, em São Paulo. A FUP informou que eram aproximadamente 50 manifestantes em barracas. Segundo a federação dos petroleiros, a Polícia Militar continua no local e está monitorando o movimento.
Já na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, no Rio Grande do Sul, cerca de 100 manifestantes estão concentrados na portaria da unidade. A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal estão no local, segundo a FUP. Outra unidade sob ameaça de protesto é a Regap, em Betim, Minas Gerais, que teve convocação também para esta segunda-feira, 9, e já conta com algumas pessoas acampadas e a presença da polícia militar.
A FUP listou como medidas preventivas para evitar casos como ocorreu em Brasília o reforço no relacionamento com os órgãos de segurança pública e de inteligência; reforço e dobra das equipes de vigilância; monitoramento dos ambientes externos; e elevação do nível de segurança das unidades.
A Petrobras não detalhou as medidas que está tomando para se prevenir de possíveis ataques, e se limitou a declarar que mantém o procedimento padrão. “As refinarias estão operando normalmente. A Petrobras está tomando todas as medidas preventivas de proteção necessárias, conforme procedimento padrão”. informou em nota ao ser questionada.
Por Denise Luna / Estadão Conteúdo / informações complementares do Paraná por Giselle Ulbrich / RIC Mais