Feriadão termina com assassinatos no litoral do Paraná
Menos de um mês após uma grande operação contra o tráfico de drogas, que colocou atrás das grades 17 membros de uma poderosa quadrilha que atuava no litoral do Paraná, a Polícia Civil voltou a registrar, na madrugada de segunda-feira (15), assassinatos que podem estar ligados a disputada pela venda de entorpecentes nas cidades de Matinhos e Pontal do Paraná.
Em poucas horas, Fabricio Albert, de 27 anos, e Josuel Duarte, de 39 anos, foram executados com vários disparos de arma de fogo nos municípios.
Josuel foi morto no balneário Arco-Íris, em Matinhos, e duas mulheres que estavam com ele também foram feridas. Ambas permanecem internadas em um hospital de Paranaguá, enquanto o homem morreu no local. Segundo testemunhas, um ocupante de um veículo Ford Fiesta, vermelho, atirou contra as vítimas.
Já Ivonei foi executado quando saiu do food truck que possuía na Praia de Leste. Sua esposa e as duas filhas de 4 anos e um mês, presenciaram o assassinato. Conforme informações apuradas pela RIC Record TV, Ivonei havia sido jurado de morte. Em 2020, ele e um irmão chegaram a ser baleados, mas ele sobreviveu. Já seu irmão não teve a mesma sorte e morreu na ocasião.
Apesar de ter desarticulado a principal quadrilha que comandava a venda de entorpecentes no litoral paranaense, os crimes de homicídio continuam acontecendo na região porque pequenos traficantes querem assumir a lacuna deixada pelos criminosos identificados e presos ou que fugiram.
Além disso, o delegado de Paranaguá Nilson Diniz explica que as dívidas relacionadas ao tráfico e pequenas desavenças entre os criminosos também impulsionam os assassinatos. “Nós percebemos que mais de 90% dos homicídios eles possuem um vínculo direto com o tráfico de entorpecentes, às vezes por dívida na aquisição de substância entorpecente. Nós sabemos que tem um fornecedor, mas nós temos também o traficante que realiza essa venda no varejo. Às vezes, essa droga é pega em consignação, então, normalmente, os homicídios giram em torno dessas dívidas. Mas podem ocorrer também pela mudança de determinado integrante de um grupo para outro. Isso é muito comum também. Então, são diversas circunstâncias que fazem com que a prática desses homicídios ainda seja uma preocupação da 1ª Subdivisão”.
A polícia investiga se os crimes desta segunda têm relação com o tráfico de drogas.
Operação contra o tráfico
No dia 21 de outubro, 22 mandados de prisão expedidos para uma operação contra o tráfico de drogas no litoral do estado resultaram em 17 pessoas presas. Conforme o delegado responsável pela operação, Rodrigo Brown, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), a ação conseguiu localizar membros de liderança da quadrilha. Por isso, muitos mandados foram cumpridos em casas de alto padrão com piscinas e eletrodomésticos caros. Foram apreendidos carros de luxo, sete armas – entre pistolas, revólveres e até uma arma com seletor de rajadas – bebidas avaliadas em mais de R$ 8 mil, radiocomunicadores e drogas, como cocaína, maconha e crack.
Foram meses de investigações em sigilo para encontrar os membros de organizações que movimentam o tráfico na região. Paranaguá é um destino procurado pelos criminosos, conforme o delegado, por causa do porto e da possibilidade de traficar drogas internacionalmente, através dos navios de carga.