Caso Ísis: esposa diz que não sabia do caso entre vigilante e jovem desaparecida
Em depoimento para a Polícia Civil, a esposa de Marcos Wagner contou detalhes do dia em que Ísis Miserski desapareceu
O desaparecimento de Ísis Victória Miserski completa 42 dias nesta quinta-feira (18). A esposa do vigilante Marcos Wagner de Souza prestou depoimento e negou que sabia do envolvimento do marido com a adolescente desaparecida.
O depoimento da testemunha durou aproximadamente 20 minutos. Ela deu detalhes do comportamento do marido no dia 6 de junho, data que Ísis foi vista pela última vez em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. A RICtv teve acesso ao documento.
Como o vigilante agiu no dia do desaparecimento de Ísis
A esposa de Marcos Wagner afirmou que no dia 6 de junho, o marido agiu normalmente e que ele era a mesma pessoa que convivia todos os dias durante o casamento.
“Não…a mesma pessoa todos os dias. Eu não conheço essa pessoa que estão “pintando”…tipo, o que estão falando. Igual as pessoas chamando ele de monstro, de assassino”, falou.
Durante o depoimento, a testemunha foi questionada sobre a declaração de Marcos aos investigadores que antes de se apresentar à Polícia Civil, ele teria dito que ia falar com ela e as crianças. “Ele não me orientou a nada”, revelou.
Relacionamento com Ísis
A esposa do vigilante foi questionada também sobre o envolvimento do suspeito com a adolescente. Ela afirma que não sabia da relação extraconjugal entre os dois e que não conhecia Ísis Victória.
“Não tinha conhecimento. E muito menos que ela estava grávida. A única pessoa da família dela que eu conheço é o tio”, contou.
Rotina de Marcos Wagner
A mulher contou também para os policiais que o marido tinha uma rotina. Do trabalho para casa e da casa para o trabalho. Ela confessou ainda que o marido chegava para jantar todos os dias por volta das 18h, menos no dia em que a moça sumiu. “Eu estava no banho, então não sei o horário exato que ele chegou. Mas foi entre 19h e 19h30”.
As investigações apontam que Souza chegou em casa depois de se encontrar com a jovem para falar sobre a gravidez. Câmeras de segurança mostram o carro do suspeito deixando a cidade por volta das 18h e, em seguida, voltando aproximadamente 19h12.
Além disso, a esposa contou sobre as roupas usadas pelo vigilante e a rotina do casal no dia 6 de junho. “Nós fomos ao mercado. Nisso ele entrou no quarto e disse: ‘Vou assim mesmo’. Me mostrou a roupa. Eu perguntei se ele ia tomar banho e então me respondeu que não é que ficaria no carro”.
A testemunha disse também que ele acabou descendo e indo com ela no mercado. Em seguida, eles foram até a casa de uma tia da esposa. A polícia contradiz a versão apresentada por ela e cita uma outra pausa feita pelo casal. A mulher então confirmou que os dois foram comprar uma botina.
“Ele olhou a botina no mercado, mas eu não quis comprar lá. Ele perguntou se tinha sapato para trabalhar no supermercado porque a que ele usava tinha caído um pedaço”.
Outro detalhe informado pela esposa é que ela jogou fora a bota utilizada pelo marido no dia 6 de junho.
Uma testemunha apontou para a Polícia Civil que o carro do vigilante Marcos Wagner de Souza foi visto na região do distrito de Mandaçaia, em Telêmaco Borba, nos Campos Gerais do Paraná, dois dias depois que a jovem Ísis Miserski desapareceu em junho deste ano.
O distrito foi o primeiro lugar onde o Corpo de Bombeiros realizou buscas pela jovem desaparecida. Uma testemunha afirmou que viu o carro de Marcos no dia 8 de junho e contestou a versão do suspeito em depoimento.
“A primeira viagem que eu vim de Telêmaco Borba eu estava vindo por volta de 12h, quando encontrei o carro que seria de Marcos. Não sei quem estava dirigindo, mas sei que é esse carro”, afirmou a testemunha que não quis se identificar.
A mulher afirmou também que viu o carro do suspeito pela segunda vez aproximadamente duas horas depois. “Não cheguei a vê-lo, mas vi o carro embicado no mato”, afirmou.
A polícia apura se Ísis Victória está no local apontado por essa testemunha. O sinal do celular pode ajudar nas investigações.
Vigilante disse em depoimento que não esteve em Mandaçaia
Durante o depoimento para Polícia Civil, Marcos Wagner disse que foi a Telêmaco Borba, mas negou ter ido ao distrito de Mandaçaia no dia apontado pela testemunha. “Não sei onde fica“, disse o suspeito.
Imagens indicam que vigilante procurou abortivo antes de Ísis desaparecer
Novas imagens de câmera de segurança e depoimentos de testemunhas apontam que Marcos Wagner de Souza foi até uma farmácia dois dias antes de Ísis Victória Miserski desaparecer em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. A farmacêutica confirmou à Polícia Civil que ele procurou um medicamento abortivo.
As imagens obtidas pelo Grupo RIC são do dia 4 de junho. Ele estaciona o carro em frente a farmácia, entra no estabelecimento e é atendido por uma mulher. No vídeo, o vigilante aparece apontando para o celular e uma mulher ao lado participa da conversa.
No depoimento para a polícia, a farmacêutica confirma que o suspeito procurou por um medicamento abortivo e que ele alegou que era para uma amiga. “Ele me deu o nome do remédio e eu fui procurar o nome no sistema e disse que esse remédio é proibido, pois é um abortivo”, disse a testemunha.
Além disso, a funcionária afirmou que ele estava nervoso ao pedir o medicamento e que falava ‘eu não sei porque me deram para procurar isso, não é para mim!’.
Conforme a RICtv, o suspeito procurou pelo remédio em um hospital da cidade, onde uma colega trabalha. Ela também foi ouvida pelos policiais e falou que Marcos perguntou se conhecia alguém que vendesse.
“Eu disse para ele que esse medicamento não existe mais em hospitais, pois é proibido e perguntei para ele para quem era. Ele disse que era para uma amiga adolescente”, revelou.
Vídeo mostra vigilante procurando remédio abortivo antes de Ísis desaparecer:
Polícia encontra sangue e fios de cabelo no carro do vigilante
A Polícia Civil encontrou sangue no carro do vigilante Marcos Wagner de Souza, preso suspeito do desaparecimento da jovem Ísis Miserski, que completou 41 dias nesta quarta-feira (17).
O veículo de Marcos está apreendido no pátio da Polícia Civil em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. O laudo que o Grupo RIC teve acesso é de uma perícia realizada 12 dias depois do sumiço da adolescente.
A primeira foto foi tirada no banco de trás do carro do suspeito. A perícia fez marcações com as indicações de números 1 e 2. Na frente do carro, no banco do passageiro, há outra indicação semelhante, a de número 3.
Nestes locais, a perícia encontrou fluídos corporais, que podem ser saliva, suor ou urina, conforme apurou o Balanço Geral Curitiba.
Já no porta-malas do carro, a polícia encontrou dois fios de cabelo. Após a aplicação de luminol, os investigadores encontraram manchas de sangue encontradas no banco de trás do veículo do vigilante.
A Polícia Científica de Curitiba está realizando exame para saber de quem são as manchas de sangue e os fios de cabelo encontrados no carro.
A prisão temporária de Marcos Wagner foi prorrogada por mais 30 dias na última segunda-feira (15). Ele está preso em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.
Secretário da Segurança Pública diz que caso Ísis está “praticamente esclarecido”
Durante uma entrevista exclusiva à RICtv, o secretário da Segurança Pública do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira, revelou que o caso Ísis está “praticamente esclarecido”. Além disso, o secretário afirmou que a Segurança Pública tem trabalhado desde o primeiro dia do caso para esclarecer todo o ocorrido.
A princípio, foi montada uma força-tarefa com policiais da Polícia Científica, da Delegacia de Homicídios, com a Inteligência da PCPR em apoio dos delegados responsáveis. Além disso, foram feitas buscas pela Polícia Militar e pelos Bombeiros.
“Agora, nós estamos trabalhando de forma pontual”, revelou. “À medida em que são analisados os dados que chegam para a Polícia Civil com a extração de dados, ou com as perícias feitas pela Polícia Científica, as equipes da Polícia Militar e do Bombeiro Militar vão para uma determinada região que é delimitada.”
O secretário também afirmou que o caso Ísis está bem desenvolvido dentro da Segurança Pública. “Nós vencemos a primeira fase da prisão temporária. Já estamos na segunda fase, e pretendemos também iniciar um processo para manter uma prisão preventiva desse indivíduo”. Além disso, o secretário afirmou que há um trabalho na possibilidade de condenação por homicídio com ocultação de cadáver baseada em evidências que estão em segredo da polícia. “Nós temos provas robustas que ligam o senhor que está preso temporariamente e a situação da morte, provavelmente, da Ísis, que está desaparecida”.
Família de Ísis está sendo atualizada sobre o caso, afirma secretário
De acordo com o coronel, a Segurança Pública do Paraná tem grande preocupação com o caso do desaparecimento da Ísis e que houve uma reunião com familiares da Ísis. “Fiz questão de dizer para eles, primeiro dos nossos sentimentos em relação a tudo que está ocorrendo, e da nossa vontade de esclarecer logo esse fato”, relatou.
Por fim, o secretário da Segurança Pública afirmou que o caso Ísis está perto da conclusão. “Este caso está praticamente esclarecido. Nós temos que localizar a Ísis e, com o passar do tempo, a possibilidade de encontrá-la com vida é muito remota”, revelou. “Nós não deixamos de acreditar nisso, mas, a cada dia que passa, é menor essa possibilidade”.
Relembre o caso Ísis
Dia 6 de junho de 2024, a adolescente de 17 anos Ísis Victoria Mizerski desapareceu em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. A princípio, o principal suspeito é Marcos Wagner de Souza, que está preso temporariamente em Ponta Grossa, na mesma região.
Ísis saiu de casa no dia 6 de junho, a princípio, para encontrar um homem e não apareceu desde então. A Polícia Civil acredita que ela foi se encontrar com Marcos, vigilante que tinha um caso extraconjugal com a jovem desaparecida.
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