Assassino confesso do jogador Daniel conta em carta que é torturado na prisão

por Carol Machado
com informações de Tiago Silva, da RICtv
Publicado em 4 out 2022, às 15h30. Atualizado às 16h30.

O assassino confesso Edison Brittes Junior escreveu uma carta na prisão em que descreve que foi torturado na Casa de Custódia de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. O suspeito está preso desde 2018, pelo assassinato do jogador de futebol Daniel Correa. 

“Sofrendo aqui sozinho, isolado, me ajude de novo”, escreveu o detento em um trecho da carta. Não é a primeira vez que Edison afirma que está sendo agredido na prisão.

Em março de 2021, a defesa de Edison Brittes Junior alegou que o cliente estava sofrendo torturas e ameaças dentro da Penitenciária Central do Estado – PCE, situada em Piraquara.

Segundo os relatos recentes de Junior, as agressões começaram após ele presenciar a venda de aparelhos eletrônicos dentro da prisão e efetuar uma denúncia.

Além das agressões, Edison também relata que recebe comida estragada e que é deixado sozinho no escuro. “Chutes, socos, enforcamento, gás. Estou todo machucado, cheio de hematomas, ‘roxo’, todo quebrado, eles me isolaram sem luz e não me deixam fazer o exame no IML”, descreveu.

Ao todo, Edison Brittes Junior escreveu cinco cartas falando sobre a situação. “Existe a instauração do inquérito judicial com fatos gravíssimos que indicam o cometimento de tortura. Exame de corpo de delito foi feito”, explicou o advogado Claudio Dalledone, que acredita que Edison corre risco de vida caso não seja transferido. 

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná afirmou que a Polícia Penal está ciente da denúncia e que o setor responsável está apurando os fatos. Veja na íntegra:

“A Polícia Penal, informa que está ciente da denúncia e que o setor responsável está tomando as devidas providências para apuração dos fatos. A Casa de Custódia de Piraquara, é uma unidade automatizada. Todos direitos e deveres das pessoas privadas de liberdade – PPL, previstos pela Lei de Execuções Penais – ALEP e pelo Estatuto Penitenciário do Estado do Paraná – AP/95, estão sendo cumpridos.”

Confira a reportagem na íntegra:

Relembre morte do jogador Daniel

A morte do jogador Daniel Correa aconteceu depois da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, filha do homem que confessou o crime. A comemoração começou em uma boate de Curitiba, na noite de 26 de outubro. Depois, continuou na casa da família Brittes, na região de Curitiba.

A denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR) aponta que Daniel foi agredido antes de ser levado para um matagal. Brittes Junior alegou ter matado o rapaz após ter flagrado ele deitado na cama de Cristiana Brittes, mulher de Edison. O jogador enviou mensagens e fotos deitado ao lado dela para amigos. A mulher estava dormindo.

Daniel, que atuou no Coritiba, entre outros clubes, também foi esfaqueado e teve o corpo deixado em um matagal a 20 km da casa onde ocorreu a festa.

Réus que vão a júri e os crimes:

  • Edison Brittes Júnior: homicídio triplamente qualificado; ocultação do cadáver; corrupção de menor; e coação do curso do processo
  • Cristiana Rodrigues Brittes: homicídio qualificado; fraude processual; corrupção de menor; coação do curso do processo
  • Allana Emilly Brittes: fraude processual; corrupção de menor; e coação do curso do processo
  • David Willian Vollero Silva: homicídio triplamente qualificado; e ocultação do cadáver
  • Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: homicídio triplamente qualificado; ocultação do cadáver; e corrupção de menor
  • Ygor King: homicídio triplamente qualificado; e ocultação do cadáver
  • Evellyn Brisola Perusso: fraude processual
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