Dupla raptada por falsos policiais em Colombo é suspeita de estar envolvida com agiotagem
Uma das linhas de investigação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) sobre o suposto sequestro de Silas de Souza e Nelson da Silva Almeida aponta que a dupla levada por falsos policiais teria envolvimento com agiotagem – prática de emprestar dinheiro e cobrar juros superiores ao que a lei permite. As vítimas foram raptadas no bairro Jardim das Graças, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
- Leia mais:
Silas de Souza, de 37 anos, e Nelson da Silva Almeida, de 25 anos, foram levados à força na madrugada deste sábado (16). De acordo com Ana Rosa, mãe de Silas, o caso aconteceu por volta das 5h20. Os falsos agentes teriam invadido a casa, arrebentado a porta a chutes e mandado a mãe se afastar. Imagens de uma câmera de vigilância, que estão sendo analisadas pela polícia, mostram que a dupla foi levada por um carro na cor preta.
De acordo com informações apuradas pela RICtv, Silas de Souza se envolveu recentemente em um acidente de trânsito e recebeu um ressarcimento do seguro por conta disso. O rapaz também decidiu vender uma motocicleta avaliada em R$20 mil e arrecadou aproximadamente R$50 mil. A partir disso, a suspeita é que Silas tenha começado a emprestar dinheiro para os moradores da região, praticando agiotagem.
Outros envolvidos com a prática teriam se unido a Silas e entregaram cerca de R$100 mil para que ele pudesse negociar com a população de Colombo.
Na sexta-feira (15), véspera do desaparecimento da dupla, Silas teria ligado e ameaçado um de seus clientes. Nelson, que também foi capturado pelos supostos policiais, é suspeito de trabalhar com Silas nestas cobranças, intimidando aqueles que não pagassem.
“Emprestava sim, recebia e cobrava juros. Só que ele não oferecia, todo mundo emprestava dele. […] Eu não sei de nada. Ele tinha uma vivência boa com todo mundo. Não sei se teve problemas com alguém de fora, eu não sei de nada”,
disse Ana Rosa.
A PCPR ouviu os familiares das vítimas. No momento, todos estão apreensivos com a falta de informações. “Até agora nada. Quatro dias já e meu Deus do céu, não sei nem o que que eu faço”, disse a esposa de Nelson.
“Quem tiver com ele que solte ele, manda ele vir para casa, não faça nada com ele que eu não aguento mais”,
desabafou a esposa.
Nelson tem passagem pela polícia por receptação. Ele teria comprado um carro que foi furtado.