Mãe de jovem desaparecido acredita que filho se envolveu com grupo de filosofia suspeito

por Caroline Maltaca
com informações de Thaís Travençolli da RICtv e supervisão de Caroline Berticelli
Publicado em 17 jan 2022, às 18h08. Atualizado às 18h42.

A mãe de um adolescente de 17 anos, que não dá notícias há mais de cinco meses, falou ao Balanço Geral Curitiba nesta segunda-feira (17) sobre a suspeita de que o sumiço tenha relação com um grupo de filosofia que o jovem se envolveu na Grande Curitiba.

Conforme o relato da mulher, que não teve seu nome divulgado, o filho participa há três anos do grupo com o qual além de filosofar, também, pratica artes marciais. E, em agosto de 2021, ele desapareceu após uma discussão envolvendo a namorada, que também faz parte da agremiação e sumiu alguns dias antes dele.

As últimas imagens, capturadas por câmeras de segurança, mostram o dia em que o rapaz saiu de casa com alguns pertences. Ele aparece entrando em uma caminhonete prata, onde há outras pessoas.

Emancipação

Conforme a apuração da RICtv, o jovem, que morava com os pais e o irmão mais velho, estudava e trabalhava no setor financeiro de uma empresa. Há três anos, ele conheceu o grupo através de um professor que dava aulas de artes marciais no colégio público em que estudava. Desde então, durante a semana praticava o esporte, e nos sábados e domingos ia até a sede, localizada em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, para um “retiro espiritual”.

Segundo a mãe, há um ano, o mestre do grupo procurou a família pedindo para que emancipassem o menino, pois assim, ele poderia exercer os direitos civis antes de completar 18 anos de idade. Mas foi só após muita insistência que os pais concordaram com o pedido e emanciparam o adolescente.

“Eu comecei a achar estranho pois tentaram forçar a emancipação. No final das contas, eu emancipei o meu filho, muitos pais emanciparam”,

disse a mãe.

Envolvimento da namorada

Ainda antes do desaparecimento do jovem, um boletim de ocorrência foi feito devido a uma briga envolvendo a namorada e a sogra do rapaz. Conforme a mãe do garoto explicou, tudo aconteceu porque a garota também queria ser emancipada, mas sua mãe não concordou.

Revoltada com a situação, a adolescente foi passar alguns dias na casa do namorado até que sua mãe foi até a residência para tentar resolver as coisa e conversar. No entanto, na ocasião, a garota acabou agredindo a mãe e a sogra. Foi depois dessa confusão que ela sumiu e, na sequência, o namorado.

“A mãe da menina não quis emancipar ela e achou estranho”

contou a mãe do rapaz.

De acordo com a mãe do rapaz, desde então a família manda mensagens para o menino, porém ele visualiza e não responde.

Procurando respostas

Conforme o advogado da família, Diego Sakakibara, o suposto grupo de filosofia é investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO). Por isso, ele entrou com um pedido para ter acesso ao inquérito. O objetivo é saber o que de fato acontece no local e qual o motivo dos jovens ficarem “fascinados” com o grupo.

A RICtv tentou contato com o grupo, mas não teve retorno. A equipe do Balanço Geral também ligou para o telefone do jovem que atendeu, mas desligou ao ser questionado se estava bem.

“Não sei se é preocupação, que ele [acha que] não tem família… porque isso não é verdade, o que eu mais quero é que ele saia de lá”,

lamentou a mãe.

Assista à reportagem completa:

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