Defesa nega que motorista de transporte escolar esqueceu criança em van
Dez dias após o caso, a advogada da responsável pelo transporte de uma criança que teria sido esquecida dentro de uma van escolar, apresentou uma versão totalmente diversa do relato da mãe do menino. De acordo com a defesa dessa motorista, o garoto de cinco anos não foi esquecido dentro do veículo e passou todo o tempo na companhia de uma “monitora de apoio”.
A versão contraria inclusive a que teria sido contada para a família da criança pela própria motorista no dia do suposto esquecimento. Conforme a advogada Bárbara Vieira Alves relatou à RICtv, sua cliente passou mal no dia em que o fato ocorreu. Ela então teria chamado a monitora de apoio para permanecer junto com o menino até que ela se reestabelecesse.
Advogada afirma que cliente teve um “mal súbito”
“Foi um dia atípico por conta de algumas escolas não terem tido aula naquele dia, então o trajeto foi um pouco diferenciado. Mas isso acontece, quando algumas escolas não têm aula, por algum motivo, o trajeto pode mudar. Naquele interim ali no caminho de entrega das crianças houve um mal súbito por conta da condutora e ela precisou fazer uma parada de emergência, que é o protocolo de segurança. Seja qual for a situação de emergência, por uma manutenção que seja necessária, ou um passageiro que esteja precisando de algum socorro, o protocolo é esse, você faz a parada e busca por apoio. Então foi isso o que ela fez. Fez a parada e buscou por apoio”, afirma.
Questionada sobre o fato da van estar estacionada em frente a casa de sua cliente no momento em que vizinhos ouviram os gritos desesperados da criança, que então foi retirada do veículo, a advogada afirmou que o local estava no itinerário.
“Fazia parte do trajeto, inclusive porque ela ia deixar uma criança ali naquele local. Foi um dia atípico, algumas escolas não tiveram aula e em decorrência disso o trajeto mudou, então seria mais conveniente que essa criança fosse deixada posteriormente pelo trajeto. Então realmente foi esta questão, ela estava passando por ali, e aí fez a parada, chamou a monitora de apoio, e atendeu essa criança. E aí levou essa criança com segurança para a casa dela e no dia seguinte a criança retornou para a escola normalmente. Foi mais um susto que foi inserido na mãe posteriormente por conta de uma narrativa que não ocorreu”, complementa.
Criança não teria ficado sozinha em “nenhum momento”
Ela alega ainda que em nenhum momento o menino ficou sozinho na van, ao contrário do que foi relatado para a mãe da criança.
“Não ficou sozinha dentro da van, ela não foi abandonada dentro da van. Houve um mau súbito, ela fez a parada, entrou em contato com a monitora de apoio. A monitora de apoio veio para ficar observando essa criança. A monitora de apoio não é uma monitora tão conhecida das crianças, porque ela é uma monitora de apoio. Já a tia Áurea é a pessoa com quem as crianças têm afinidade, se sentem seguras. Então foi exatamente isso que aconteceu. A criança por algum momento estranhou ali aquela situação em que a tia Áurea precisou sair do veículo, a monitora de apoio não era tão conhecida, e aí pode ter sido que ela se desesperou e chorou. Mas isso tudo precisa ser esclarecido realmente em delegacia”, conclui a advogada, que nega ainda que a criança tenha ficado 40 minutos dentro do veículo parado.
Versão é diferente da contada para a avó do menino
A versão apresentada pela defesa da motorista responsável pelo transporte do garoto é totalmente diferente do que a que ela relatou para a avó da criança no momento em que deixou o menino em casa naquele dia.
“Ela disse para a minha mãe que teve que parar para abastecer a van, que por isso que demorou”, contou Karen Ferreira, mãe do menino que teria sido esquecido sozinho dentro da van.
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Bastante traumatizada, ela espera que o caso seja esclarecido o mais brevemente possível.
“Você tem medo, vai desencadeando muitos mais coisas. Você tem que trabalhar o seu psicológico, você tem que trabalhar o psicológico do teu filho. E eu só quero que a justiça seja feita”.
Gritos de menino dentro da van chamaram atenção de vizinhos
De acordo com as informações que chegaram à família do menino, ele foi deixado trancado dentro da van escolar por aproximadamente 40 minutos.
No dia desse possível abandono, crianças que brincavam nas proximidades da van escutaram os gritos do menino que estava dentro do veículo. Até que uma moradora da região ajudou a socorrer a criança.
Imagens registradas mostram as crianças perto do portão, ouvindo os apelos do menino, que clamava pela “tia Áurea”, responsável pelo transporte escolar.
Após a situação, a dona da van levou o menino para casa, mas não informou que ele havia sido esquecido na van, alegando outro motivo para o atraso.
“Ela disse para a minha mãe que teve que parar para abastecer a van e que por isso demorou. Nesse meio tempo ela fez toda aquela pressão psicológica o comprando com brinquedo”, disse Karen.
A mãe registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Contra Crianças e Adolescentes. O advogado Leonardo Mestre afirmou que existem protocolos para evitar esses casos, e destacou a possibilidade de responsabilização cível e criminal.
O menino, após o ocorrido, demonstrou medo de voltar à escola. Karen espera que a experiência sirva de alerta para outros pais e que medidas sejam tomadas para evitar que episódios como este se repitam.
Proprietária da van deu versão diferente sobre o caso anteriormente
Já a dona da van disse que foi até a casa da vítima, no entanto, a mãe não atendeu quando ela chegou no local. Com isso, a mulher afirma que voltou para a casa onde mora e deixou a criança por menos de cinco minutos sozinha dentro da van.
Segundo a proprietária do transporte, a vizinha que encontrou o pequeno no carro, inventou a história pelo fato da mulher não gostar dela e distorceu o acontecimento. A dona da van ainda afirma que atua na área há 15 anos e que nunca aconteceu uma situação semelhante.
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