Crianças psicopatas? Confira a lista de assassinos menores de idade
Crimes que são cometidos por crianças são raros, mas eles acontecem. Há quem acredite que essas crianças podem ser psicopatas. Contudo, o psiquiatra forense Guido Arturo Palomba afirma que não é possível detectar a psicopatia na infância.
“Tem muitas crianças e adolescentes que têm comportamento psicopático e nunca serão. Por esse motivo é erro dar esse diagnóstico antes da maioridade. Porém, tem um detalhe: todos os verdadeiros psicopatas – que eu chamo de condutopatas, pois acho ser esse o melhor nome – apresentam distúrbios de conduta precoce. Em suma: distúrbio de conduta na infância e na adolescência não é sinal de condutopatia na adulticia, mas os condutopatas verdadeiros apresentam distúrbios de conduta, às vezes, desde a tenra idade”,
explica.
Confira abaixo as crianças que já assassinaram outras pessoas:
Christian Fernandes
Christian Fernandes, aos 13 anos, cometeu uma série de crimes. Fernandes, matou a pancadas o irmão mais novo, de apenas 2 anos. Ele também abusou sexualmente do outro irmão, que na época tinha apenas cinco anos. Os crimes foram cometidos em 2011.
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Nos Estados Unidos, as leis americanas permitiram que ele fosse julgado como um adulto. Durante seu julgamento, Fernandes se declarou culpado e não justificou os crimes. Christian Fernandes foi condenado à prisão perpétua, tornando-se a pessoa mais nova a responder por assassinato no condado de Duval.
A promotoria divulgou o vídeo do interrogatório de Fernandes. Nas imagens, o garoto parecia indiferente em relação aos seus crimes. Ele afirmou que matou seu irmão empurrando o menino contra uma estante de livros, que bateram na cabeça dele.
Após um período, a justiça passou a considerar o histórico familiar de Fernandes. A mãe de Christian foi estuprada e ele é o fruto do ato hediondo. Quando Christian tinha apenas dois anos, ele foi resgatado das ruas. A avó dele, na época responsável pelos cuidados da criança, estava usando drogas e não percebeu a ausência dele. Além disso, em 2007, Christian foi abusado sexualmente por um primo. Devido a este histórico, sua pena foi revertida e ele ficou até seus 19 anos em uma instituição de auxílio a menores.
Jordan Brown
O menino Jordan Brown tinha apenas 11 anos quando matou a madrasta, que estava grávida. Kenzie Houk estava dormindo quando foi baleada pelo enteado. O crime aconteceu em 2009. Houk tinha apenas 26 anos. Após efetuar o disparo que tirou a vida da madrasta, Jordan Brown pegou o ônibus e foi para a escola.
De acordo com a família da vítima, meses antes do crime, o menino teria contado aos primos sobre uma suposta intenção de matar a madrasta por ciúmes.
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Jordan foi preso aos 11 anos, julgado com adultos aos 14 anos e condenado à prisão perpétua. Até hoje Jordan nega ter matado a madrasta e seu pai também o defende. A condenação por assassinato foi anulada em 2020. De acordo com o tribunal, a Comunidade da Pensilvânia não conseguiu provar a culpa de Jordan Brown além de qualquer dúvida razoável.
Lionel Tate
Lionel Tate tinha 12 anos quando matou Tiffany Eunick, de apenas 6 anos. O crime aconteceu em 1999. De acordo com a defesa, Tate estava brincando com a menina, demonstrando movimentos de luta que viu na televisão. Mas, acidentalmente, um dos movimentos fez com que a menina caísse desfalecida.
Contudo, o relatório do legista apontou que a causa da morte da menina foi traumatismo craniano e que seu corpo sofreu diversas lesões. Havia sangramento na boca, olhos, nariz, ouvidos. o crânio foi fraturado em diversos lugares e as costelas foram rachadas. As lesões se assemelhavam como uma queda de um prédio de três andares.
Lionel Tate foi julgado como adulto pelas leis da Flórida. A defesa nunca contestou que ele não tivesse a matado, mas afirmavam que a culpa não era dele e sim da modalidade de luta que ele viu na TV. Já a mãe de Tate, que deveria estar vigiando as crianças, estava dormindo no momento do crime. Durante o julgamento do filho, ela alegou que ele era inocente, que ele estava apenas brincando e que tudo não passou de acidente.
O menino foi ao tribunal em 2001 e foi o mais novo cidadão norte-americano condenado à prisão perpétua sem possibilidade de condicional. Contudo, em 2004, um tribunal de apelações do estado revogou a condenação informando que na época do julgamento a sua capacidade mental não foi avaliada. A ação gerou um acordo judicial, a pena foi convertida para 1 ano de prisão domiciliar e 10 anos de liberdade condicional. Mas, no mesmo ano, Tate foi preso após violar o acordo judicial. Ele estava fora de casa portando uma faca. Com isso, Tate recebeu 5 anos a mais na sua pena por violação condicional.
Em 2005, Tate foi acusado de roubo a mão armada, violando novamente sua condicional. Em 2006, Tate aceitou outro acordo judicial e foi condenado a 30 anos, sob a acusação de porte de arma.
Alyssa Bustamante
Alyssa Bustamante confessou ter estrangulado, cortado a garganta e esfaqueado uma menina de 9 anos. Em depoimento, ela disse que agiu desta forma para “saber como se sentiria matando alguém”.
O crime aconteceu em outubro de 2009, no estado de Missouri, Estados Unidos. Bustamente tinha 15 anos quando matou Elizabeth Olten.
Durante o julgamento, o diário de Alyssa foi lido por um especialista em caligrafia, onde ela escreveu:
“Eu a estrangulei, cortei a garganta e a esfaqueei, então agora ela está morta … Eu não sei como estou me sentindo. Foi incrível. Logo que passa a sensação de ‘oh, meu Deus, eu não posso fazer isso’, é realmente prazeroso. Agora estou tipo nervosa e tremendo. Tenho que ir para a igreja agora… (risos).”
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De acordo com a investigação, Bustamante foi a uma aula de dança em sua igreja após o crime. Em 2012, Alyssa foi condenada a prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional.
Barry Dale Loukaitis
Em 1996, Barry Dale Loukaitis invadiu a sua escola e disparou diversos tiros. A professora, Leona Caíres (49), os colega Arnold Fritz (15) e Manuel Veladois foram mortos e uma pessoa ficou ferida.
Barry tinha 14 anos. No dia dos assassinatos, ele estava armado com um rifle de calibre 30, uma pistola calibre 357 e uma outra pistola calibre 25. Após matar a professora e os colegas, o adolescente manteve os outros alunos reféns durante 10 minutos. Mas foi impedido por outro professor, que conseguiu domina-lo.
De acordo com as investigações, Barry foi “influenciado” pelo videoclipe da música “Jeremy”, do Pearl Jeam, em que um jovem problemático comete suicídio na frente dos seus colegas e professores. Barry cumpre duas penas de prisão perpétua, com um adicional de 205 anos de prisão.