Crianças psicopatas? Confira a lista de assassinos menores de idade

Publicado em 8 out 2021, às 20h05. Atualizado às 20h22.

Crimes que são cometidos por crianças são raros, mas eles acontecem. Há quem acredite que essas crianças podem ser psicopatas. Contudo, o psiquiatra forense Guido Arturo Palomba afirma que não é possível detectar a psicopatia na infância.

“Tem muitas crianças e adolescentes que têm comportamento psicopático e nunca serão. Por esse motivo é erro dar esse diagnóstico antes da maioridade. Porém, tem um detalhe: todos os verdadeiros psicopatas – que eu chamo de condutopatas, pois acho ser esse o melhor nome – apresentam distúrbios de conduta precoce. Em suma: distúrbio de conduta na infância e na adolescência não é sinal de condutopatia na adulticia, mas os condutopatas verdadeiros apresentam distúrbios de conduta, às vezes, desde a tenra idade”,

explica.

Confira abaixo as crianças que já assassinaram outras pessoas:

Christian Fernandes

Christian Fernandes matou o irmão de dois anos e abusou sexualmente do outro irmão de cinco anos (Foto: Reprodução/Murderpedia)

Christian Fernandes, aos 13 anos, cometeu uma série de crimes. Fernandes, matou a pancadas o irmão mais novo, de apenas 2 anos. Ele também abusou sexualmente do outro irmão, que na época tinha apenas cinco anos. Os crimes foram cometidos em 2011.

Nos Estados Unidos, as leis americanas permitiram que ele fosse julgado como um adulto. Durante seu julgamento, Fernandes se declarou culpado e não justificou os crimes. Christian Fernandes foi condenado à prisão perpétua, tornando-se a pessoa mais nova a responder por assassinato no condado de Duval.

A promotoria divulgou o vídeo do interrogatório de Fernandes. Nas imagens, o garoto parecia indiferente em relação aos seus crimes. Ele afirmou que matou seu irmão empurrando o menino contra uma estante de livros, que bateram na cabeça dele.

Após um período, a justiça passou a considerar o histórico familiar de Fernandes. A mãe de Christian foi estuprada e ele é o fruto do ato hediondo. Quando Christian tinha apenas dois anos, ele foi resgatado das ruas. A avó dele, na época responsável pelos cuidados da criança, estava usando drogas e não percebeu a ausência dele. Além disso, em 2007, Christian foi abusado sexualmente por um primo. Devido a este histórico, sua pena foi revertida e ele ficou até seus 19 anos em uma instituição de auxílio a menores.

Jordan Brown

Jordan Brown (Foto: reprodução)

O menino Jordan Brown tinha apenas 11 anos quando matou a madrasta, que estava grávida. Kenzie Houk estava dormindo quando foi baleada pelo enteado. O crime aconteceu em 2009. Houk tinha apenas 26 anos. Após efetuar o disparo que tirou a vida da madrasta, Jordan Brown pegou o ônibus e foi para a escola.

De acordo com a família da vítima, meses antes do crime, o menino teria contado aos primos sobre uma suposta intenção de matar a madrasta por ciúmes.

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Jordan foi preso aos 11 anos, julgado com adultos aos 14 anos e condenado à prisão perpétua. Até hoje Jordan nega ter matado a madrasta e seu pai também o defende. A condenação por assassinato foi anulada em 2020. De acordo com o tribunal, a Comunidade da Pensilvânia não conseguiu provar a culpa de Jordan Brown além de qualquer dúvida razoável.

Lionel Tate

Lionel Tate (Foto: reprodução)

Lionel Tate tinha 12 anos quando matou Tiffany Eunick, de apenas 6 anos. O crime aconteceu em 1999. De acordo com a defesa, Tate estava brincando com a menina, demonstrando movimentos de luta que viu na televisão. Mas, acidentalmente, um dos movimentos fez com que a menina caísse desfalecida.

Contudo, o relatório do legista apontou que a causa da morte da menina foi traumatismo craniano e que seu corpo sofreu diversas lesões. Havia sangramento na boca, olhos, nariz, ouvidos. o crânio foi fraturado em diversos lugares e as costelas foram rachadas. As lesões se assemelhavam como uma queda de um prédio de três andares.

Lionel Tate foi julgado como adulto pelas leis da Flórida. A defesa nunca contestou que ele não tivesse a matado, mas afirmavam que a culpa não era dele e sim da modalidade de luta que ele viu na TV. Já a mãe de Tate, que deveria estar vigiando as crianças, estava dormindo no momento do crime. Durante o julgamento do filho, ela alegou que ele era inocente, que ele estava apenas brincando e que tudo não passou de acidente.

O menino foi ao tribunal em 2001 e foi o mais novo cidadão norte-americano condenado à prisão perpétua sem possibilidade de condicional. Contudo, em 2004, um tribunal de apelações do estado revogou a condenação informando que na época do julgamento a sua capacidade mental não foi avaliada. A ação gerou um acordo judicial, a pena foi convertida para 1 ano de prisão domiciliar e 10 anos de liberdade condicional. Mas, no mesmo ano, Tate foi preso após violar o acordo judicial. Ele estava fora de casa portando uma faca. Com isso, Tate recebeu 5 anos a mais na sua pena por violação condicional.

Em 2005, Tate foi acusado de roubo a mão armada, violando novamente sua condicional. Em 2006, Tate aceitou outro acordo judicial e foi condenado a 30 anos, sob a acusação de porte de arma.

Alyssa Bustamante

Alyssa Bustamante (Foto: reprodução)

Alyssa Bustamante confessou ter estrangulado, cortado a garganta e esfaqueado uma menina de 9 anos. Em depoimento, ela disse que agiu desta forma para “saber como se sentiria matando alguém”.

O crime aconteceu em outubro de 2009, no estado de Missouri, Estados Unidos. Bustamente tinha 15 anos quando matou Elizabeth Olten.

Durante o julgamento, o diário de Alyssa foi lido por um especialista em caligrafia, onde ela escreveu:

“Eu a estrangulei, cortei a garganta e a esfaqueei, então agora ela está morta … Eu não sei como estou me sentindo. Foi incrível. Logo que passa a sensação de ‘oh, meu Deus, eu não posso fazer isso’, é realmente prazeroso. Agora estou tipo nervosa e tremendo. Tenho que ir para a igreja agora… (risos).”

De acordo com a investigação, Bustamante foi a uma aula de dança em sua igreja após o crime. Em 2012, Alyssa foi condenada a prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional.

Barry Dale Loukaitis

Barry Dale Loukaitis (Foto: reprodução)

Em 1996, Barry Dale Loukaitis invadiu a sua escola e disparou diversos tiros. A professora, Leona Caíres (49), os colega Arnold Fritz (15) e Manuel Veladois foram mortos e uma pessoa ficou ferida.

Barry tinha 14 anos. No dia dos assassinatos, ele estava armado com um rifle de calibre 30, uma pistola calibre 357 e uma outra pistola calibre 25. Após matar a professora e os colegas, o adolescente manteve os outros alunos reféns durante 10 minutos. Mas foi impedido por outro professor, que conseguiu domina-lo.

De acordo com as investigações, Barry foi “influenciado” pelo videoclipe da música “Jeremy”, do Pearl Jeam, em que um jovem problemático comete suicídio na frente dos seus colegas e professores. Barry cumpre duas penas de prisão perpétua, com um adicional de 205 anos de prisão.