"Até hoje parece que vejo as crianças brincando", diz vizinho da chacina em Pinhais

Publicado em 7 nov 2019, às 00h00. Atualizado em: 12 jul 2023 às 17h50.

Um homem que vive na mesma rua onde ocorreu a chacina de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, em 2016, na Região Metropolitana de Curitiba, contou que três anos após o crime, ele ainda tem a impressão que as gêmeas assassinadas – junto com a mãe e o padrasto – estão brincando no quintal da residência onde foram mortas. 

“Faz falta, a gente tá muito sentido por causa disso ainda. Até hoje, eu passo aí parece que vejo as criança brincando e chamando a gente de tio”, disse Severino da Silva. 

Assassino é condenado pela chacina em Pinhais

Emerson Simplício dos Santos, de 47 anos, foi sentenciado a 57 anos de prisão, pelo Tribunal do Júri de Pinhais, no dia 31 de outubro, pelo assassinato de: 

  • Nycole Vitória dos Santos, de 6 anos;
  • Camila Vitória dos Santos, de 6 anos; 
  • Lindalva dos Santos, de 47 anos, diarista;
  • Paulo Roberto Rodrigues Fiuza, de 54 anos, pedreiro.

Segundo a Polícia Civil, Emerson cometeu o crime porque não aceitava o fim do relacionamento com Lindalva e nem o fato de ela ter iniciado um namoro com Paulo Roberto. 

As irmãs gêmeas mortas, eram filhas apenas da mulher, fruto de um relacionamento anterior com um terceiro homem.

Durante o julgamento, que durou cerca de 16 horas, Emerson Simplicio preferiu manter o silêncio. Ele foi condenado pelos crimes de homicídio qualificado, com meio cruel, mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas e feminicídio, no caso da mulher e das crianças. 

“Por quatro homicídios qualificados. Com relação a vítima Paulo Roberto, o crime se tornou mais grave do meio cruel utilizada com a enxada e também dificultou a defesa dele que foi sido morto deitado no colchão. Com relação as mulheres, a senhora Lindalva e as duas crianças gêmeas de seis anos, a Nycole e a Camille, foi condenado com as mesmas qualificadoras e também com feminicídio”, explicou o Allan Rogério de Souza, Promotor de Justiça.

Entenda o crime

De acordo com as investigações, o crime, conhecido como a Chacina de Pinhais, aconteceu no início da noite de 14 de março de 2016, quando Emerson Simplicio foi até a casa onde o casal vivia com as duas crianças, na Rua Jerônimo Mendes dos Santos, na Vila Maria Antonieta, em Pinhais, e surpreendeu as vítimas. Todos elas foram mortas com golpes de enxada na cabeça.

A casa onde as crianças foram mortas, junto com a mãe e o padrasto. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

Os corpos só foram descobertos na tarde do dia 16, depois que um primo de Paulo estranhou que ele não foi trabalhar por dois dias. As vítimas estavam em locais diferentes: a mãe e as filhas gêmeas na cama e no chão da residência principal do terreno, enquanto o corpo de Paulo foi localizado na casa dos fundos. Segundo as investigações, ele foi atacado pelo rival enquanto dormia.

Apesar da brutalidade das agressões, nenhum vizinho ouviu gritos ou pedidos de socorro.

As vítimas viviam há apenas um mês no local e a residência havia sido cedida por Ismael Santos, chefe de Lindalva. Também foi noticiado que o relacionamento de Paulo e Lindalva era recente.

No último registro das vítimas com vida, feito por uma câmera de segurança no fim da tarde do dia 14 de março, o casal aparece ao lado das gêmeas, voltando da escola onde as crianças estudavam. Os quatro aparecem enquanto atravessam a rua.

Assassino é preso em 2019

Mais de 30 pessoas foram ouvidas, até que se chegou ao verdadeiro responsável pela chacina de Pinhais. No entanto, Emerson Simplicio havia fugido da Grande Curitiba e foi encontrado apenas no início deste anos em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.