Caso Thainá: amiga conseguiu escapar após se fingir de morta
A amiga de Thainá que sobreviveu relatou o caso à polícia, mas optou por não se identificar; ela sofreu ferimentos de faca
Nove dias após o caso, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) averiguou que Thainá Nascimento, de 23 anos, teria sido morta por causa de um celular. Ela foi encontrada morta no dia 12 de outubro em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, após ela e a amiga serem agredidas. A outra jovem conseguiu sobreviver após fingir a própria morte.
A princípio, Thainá havia sido dada como desaparecida no dia 9, até que sua irmã recebeu uma ligação, três dias depois, afirmando que a jovem estava morta, e seu corpo, escondido. Em seguida, a Polícia Militar encontrou um corpo queimado, mas não foi possível identificar a vítima imediatamente.
Contudo, uma tentativa de homicídio auxiliou a equipe policial a desvendar o caso. De acordo com o delegado da PCPR Guilherme Fontana, Thainá estava acompanhada de uma amiga, que foi esfaqueada mas sobreviveu. “A amiga que estava com Thainá também foi agredida pelo mesmo autor, foi levada também até a mata, onde foi esfaqueada. No entanto, ela conseguiu fugir dessa ação se fingindo de morta e procurou abrigo na casa de moradores locais”, explicou.
Thainá teria sido morta por supostamente roubar um celular
De acordo com a amiga de Thainá, o caso teria acontecido porque a jovem teria roubado um celular. “Ele falava que era por causa de um tal do celular, que a Thai tinha roubado. E daí continuaram batendo em nós, fazendo a gente procurar o celular”, contou. A princípio, o celular continha fotos comprometedoras de um dos suspeitos do assassinato que poderia ser utilizada como prova em outros crimes.
Além disso, Thainá teria sugerido à amiga que elas fugissem da situação. “A Thai olhou assim para mim e falou: ‘vamos fugir, senão eles vão nos matar’”, relatou. “A hora que eles pegaram ela, para levar ela, ela me olhou e falou que ela não estava aguentando, que ela ia morrer. Aí ela me falou que me amava, que era pra eu fugir dali. Depois, eu não vi mais ela”.
Em certo momento, Thainá foi removida do local e levada para uma mata, onde foi mutilada, esfaqueada e, em seguida, queimada. Para esconder o crime, os autores teriam jogado o corpo da garota em uma cova com madeiras por cima.
Amiga de Thainá que sobreviveu encontrou autor do crime na UPA
Após dar seu depoimento na delegacia, a jovem sobrevivente foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde reencontrou o homem que a esfaqueou. De acordo com a garota, Willyan Wolter teria ajudado a levar Thainá para o mato onde foi executada.
O suspeito foi levado à delegacia para prestar depoimento. Contudo, o homem falou à PCPR que não participou da morte da jovem, mas confirmou que estava na casa onde ela foi espancada. “Quando eu presenciei isso tudo, a Thainá já estava morta”, afirmou.
De acordo com Willyan, o mandante do crime seria Harion de Lima, dono do celular que a garota teria roubado, e que, inclusive, teria sido agredido pelos outros envolvidos. “Eu não aceitei que eles falaram que iam enterrar ela na chacrinha. E nessa que eu não aceitei, eu fui agredido. Eu levei uma facada no braço e uma na cabeça”.
Por sua vez, Harion de Lima se recusou a falar durante o depoimento. Ele foi localizado no mesmo dia em que a amiga de Thainá deu o depoimento e Willyan foi encontrado.
Conforme a PCPR, Harion seria um dos principais traficantes de drogas da região, e Thainá seria envolvida nos crimes. “Ele é um criminoso, já possui outras passagens criminais, já possui histórico criminal. Ele é conhecido na região por ser uma pessoa violenta, que estava coordenando o microtráfico na região e é conhecido por agredir outras pessoas, anda sempre armado”, revelou o delegado Fontana.
Assista à reportagem do caso Thainá Nascimento:
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